5 maiores bilionários do mundo dobraram fortuna – Um relatório da Oxfam – organização internacional dedicada ao combate às desigualdades – publicado nesta segunda-feira (15) mostra que a riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo mais que dobrou (114%) de 2020 até os dias atuais.
O documento ainda acrescenta que o patrimônio de 5 bilhões de pessoas diminuiu no mesmo período. A pesquisa foi divulgada durante o Fórum Econômico Mundial, evento que reúne a elite do mundo corporativo em Davos, na Suíça, para debater a economia mundial.
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De acordo com a Oxfam, o 1% mais rico do mundo possui 43% dos ativos globais. A percentagem é maior no Oriente Médio, Ásia e Europa, onde os mais ricos detêm quase metade (47%) da riqueza.
Além disso, as grandes multinacionais registaram um aumento de 89% nos lucros apenas entre 2021 e 2022. O relatório ainda prevê que o mundo poderá ter seu primeiro trilionário nos próximos 10 anos, enquanto levará quase 230 anos para acabar com a pobreza – considerando o ritmo atual.
Para se ter uma ideia da concentração de riqueza, se cada um dos cinco homens mais ricos gastasse um milhão de dólares por dia, eles levariam 476 anos para esgotar toda sua fortuna combinada.
Bilionários dos EUA
Os três maiores bilionários do mundo são dos Estados Unidos: Elon Musk, Jeff Bezos e Larry Ellison. Os três viram suas fortunas aumentarem em 84% de 2020 até novembro do ano passado.
O patrimônio de Musk teve um crescimento de um trilhão de reais (US$ 216,2 bilhões) entre 2020 e 2023, segundo a Oxfam, um aumento de 737%. Já a fortuna de Bezos cresceu US$ 32,7 milhões (R$ 155 milhões) no mesmo período, crescendo 24%.
Segundo o presidente e CEO da Oxfam nos EUA, Abby Maxman, o país abriga o maior número de bilionários no planeta, enquanto possui “10 milhões de pessoas que enfrentam dificuldades desnecessárias todos os dias, por causa de salários absurdamente baixos, código fiscal injusto e serviços públicos escassos”.
O levantamento ainda alerta que a riqueza dos bilionários está crescendo três vezes mais rápido do que a taxa de inflação norte-americana. A Oxfam International se pronunciou sobre as desigualdades levantadas pela pesquisa após a divulgação do relatório.
“Nenhuma empresa ou indivíduo deveria ter tanto poder sobre as nossas economias e as nossas vidas – para ser claro, ninguém deveria ter milhões de dólares”, disse Amitabh Behar, diretor executivo interino da organização, por meio de um comunicado.
Cenário no Brasil
O cenário brasileiro não é nada promissor para os trabalhadores. Por aqui, quatro dos cinco maiores bilionários brasileiros aumentaram em 51% sua riqueza desde 2020. Por outro lado, 129 milhões de pessoas ficaram mais pobres no país.
O Brasil tem cerca de 203 milhões de habitantes, segundo o censo de 2022. O relatório revela que apenas 0,01% da população brasileira possui 27% dos ativos do país.
“O aumento acentuado da riqueza bilionária e o crescimento do poder de empresas e monopólios estão profundamente interligados. Os lucros das megacorporações são usados para beneficiar os acionistas, à custa de trabalhadores e pessoas comuns”, ressalta a Oxfam Brasil.
“Fica nítido que a propriedade de ações e participações, em termos econômicos, reflete uma plutocracia e não uma democracia”, afirma o documento.
(Com informações do portal MarketWatch)
(Foto: Reprodução)