Redução nos juros – O mercado vislumbra uma redução no grau contracionista dos juros nos próximos meses, impulsionado pela percepção de alívio no risco no Brasil e pela sinalização do Banco Central (BC) de um ciclo de redução da Selic prestes a começar. Apesar do alerta de “parcimônia” do BC, os preços dos ativos já indicam uma alta chance de um corte agressivo de 0,5 ponto percentual na taxa básica em agosto.
A política monetária restritiva e a queda das expectativas de inflação fortalecem a possibilidade de uma redução mais rápida da Selic. Mesmo considerando um aumento da taxa de juros de equilíbrio, a política monetária permanece em níveis restritivos, com um nível efetivo de aperto monetário acima de 4 pontos percentuais nos últimos 11 meses. No entanto, a queda das expectativas de inflação fortalece a possibilidade de uma redução mais célere da taxa básica de juros.
O mercado já está incorporando nos preços uma Selic mais baixa no futuro, refletindo um “afrouxamento” indireto da curva de juros. Os participantes do mercado estão entendendo as condicionalidades da política monetária e a forma como o BC está reagindo, o que gera um movimento na curva de juros.
Existem alguns riscos que podem impactar o cenário de redução da Selic, principalmente indicadores econômicos nos Estados Unidos que podem levar o Federal Reserve a aumentar os juros. Esses ajustes na política do Fed têm efeitos nos países emergentes e geram incertezas que podem afetar a trajetória de redução da taxa básica de juros no Brasil.
Queda na taxa de juros
Apesar disso, diversas casas e instituições financeiras preveem uma redução de 0,5 ponto na Selic em agosto. As projeções apontam uma trajetória de cortes na taxa básica de juros, levando a Selic a 11,75% no final de 2023 e a 9,75% em 2024. A taxa de juro real acima do necessário para atingir a meta de inflação é uma das principais justificativas para o início do ciclo de cortes na Selic.
Alguns especialistas enfatizam a importância da parcimônia na redução da Selic, seguindo a comunicação do BC. Enquanto o mercado projeta cortes mais agressivos, é necessário considerar os fundamentos e observar os dados econômicos para tomar decisões adequadas.
No cenário básico do Santander, a Selic começa a ser reduzida com um corte de 0,25 ponto em agosto, chegando a 12,25% no final de 2023 e 10,5% em 2024. Essa projeção leva em conta a trajetória descendente da taxa básica de juros, mas ressalta a importância dos dados econômicos na tomada de decisão do Banco Central.
(Com informações de Valor Econômico e Terra)
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