Ataque no Irã – Nesta quarta-feira (03), duas explosões mataram 103 pessoas que caminhavam em uma procissão ao túmulo de Qassem Soleimani, general iraniano morto em 2020 por um ataque dos Estados Unidos, no Iraque. Segundo serviços de emergência do Irã, o ataque deixou centenas de feridos.
O grupo faria uma homenagem pelos quatro anos da morte de Soleimani, ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e uma das pessoas mais influentes no país. O governo iraniano afirma que o país foi alvo de um atentado terrorista através de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão. Até agora, nenhum grupo reivindicou o ataque.
O ministro de Interior iraniano, Ahmad Vahidi, prometeu uma “resposta retumbante” ao suposto ataque. A imprensa iraniana afirmou que as explosões ocorreram em uma rua a caminho do cemitério onde o corpo de Soleimani está enterrado, na cidade de Kerman, na região central do país.
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Pelas redes sociais, pessoas que estavam no local relataram haver centenas de corpos espalhados.
O ataque aumenta as tensões no Oriente Médio, já elevadas por conta da invasão de Israel à Faixa de Gaza. Nesta terça-feira (02), um ataque com drones em Beirute, no Líbano, matou Saleh al-Arouri, um dos chefes do Hamas. O governo libanês responsabilizou Israel pelo ataque. O governo israelense ainda não se manifestou.
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Após as explosões, a brigada Al-Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã, afirmou que atacou posições do Exército de Israel na Faixa de Gaza, em uma operação conjunta com soldados do Al-Qassam, braço armado do Hamas.
“Esta tarde, numa operação conjunta com o al-Qassam, bombardeamos 60 grupos de veículos e soldados inimigos nas linhas de frente que avançam sobre o centro de Khan Younis”, diz o comunicado da Al-Quds.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou o ataque e disse condenar “o terrorismo em todas as suas formas”.
Herói nacional
A morte de Soleimani, considerado um herói nacional no Irã, provocou uma onda de revolta no país contra os Estados Unidos. O general foi morto por um ataque com drones no aeroporto internacional de Bagdá, no Iraque, onde Soleimani estava acompanhado de uma comitiva.
O assassinato de Soleimani foi fruto de uma operação secreta ordenada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na época, o Pentágono – autor do ataque – alegou que Soleimani estava por trás de mortes de soldados norte-americanos no Oriente Médio e planejava futuros ataques.
Logo após o ataque, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança e disse que “redobraria a resistência” contra os EUA e Israel. Desde então, o governo iraniano é acusado de aumentar o apoio e o financiamento a grupos que resistem contra Israel, como o Hamas e o Hezbollah.
Quando morreu, Soleimani liderava havia 15 anos a Força Al Quds, a unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã. Além disso, o general era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.
(Com informações de G1)
(Foto: Reprodução)