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Opinião: “Ato antirracista e vitória na PUC; dia histórico no PDT de SP”

Dia histórico no PDT de SP – Uma quinta-feira para nunca ser esquecida. O PDT de São Paulo segue avançando, seja na organização, seja nas disputas políticas, e deu uma ‘amostra grátis’ do que pode fazer nas eleições do fim do ano.

Primeiro, um ato antirracista de repercussão nacional que lotou a entrada da Câmara Municipal da capital paulistana, motivando – e pressionando – a Corregedoria da Casa a aprovar a abertura de um processo contra o vereador Camilo Cristófaro (Avante), que pode acabar com a cassação do mandato do parlamentar que foi flagrado dizendo que trabalho mal feito é ‘coisa de preto’.

A ideia, mobilização e execução ficou por conta de Claudinho de Oliveira, sociólogo e fundador do movimento ‘Pagode Consciente’, filiado ao PDT e pré-candidato a deputado estadual pelo PDT paulista nas eleições do fim do ano.

Para quem não se lembra, ele é fundador do grupo de pagode Soweto, criado na década de 90, ao lado do cantor Belo. Como um foguete que saiu da periferia de SP direto para o sucesso e riqueza precoces através do seu trabalho e talento, escolheu estudar ao invés de se perder no glamour da vida de artista e se destaca cada vez mais como liderança do movimento negro de São Paulo e do Brasil.

Aliás, o cantor e compositor avisou a todos que estava rompendo relações com Belo após o bonito se filiar ao partido de Bolsonaro para disputar as eleições no Rio de Janeiro.

O ato recebeu apoio de sindicatos de músicos, entre outros diversos movimentos, partidos e organizações da sociedade civil. Resultou em milhares de pessoas e em resultado prático – ao menos, em primeiro momento: a Corregedoria, vendo a turma da janela, aprovou o processo contra o vereador por 6 a 0.

Vitória acachapante da mobilização que Claudinho iniciou. Aliás, seu braço-direito na organização do protesto, amigo e membro do Movimento Cultural Darcy Ribeiro, Fellipe Chueco, sofreu um acidente e fraturou uma vértebra no fim do ato.

Que tenha pronta recuperação para seguir em sua luta diária em nome da valorização dos trabalhadores da Cultura de São Paulo, que não por acaso ele também é.

Já estava ótimo para um quinta-feira que foi tudo, menos qualquer.

Só que chegou a noite, quando ocorreu a apuração de uma das eleições estudantis mais importantes do ano no estado: o Centro Acadêmico 22 de Agosto da PUC de São Paulo.

Escuta aqui essa história, meu parça:

O PT manda nesse mesmo CA tipo desde que nasceu. Situação da situação da situação. Muitos da turma trataram a eleição contra mais uma já ganha. Debocharam da oposição de esquerda que se formou na universidade – e se forma e cresce em tudo que é espaço progressista do país.

Coisa de uma turma que não aceita mais cabresto de esquerda e que quer disputar ideias, corações e mentes com a galerinha descolada – inclusive da realidade – do Lulopetismo.

No primeiro turno, a supressa e o choque – de novo, de realidade: nada da vitória anunciada no primeiro turno. Diferença de coisa de 30 votos e segundo turno contra a chapa Alvorecer, de jovens que jamais haviam disputado uma eleição e que queriam propor uma alternativa aos estudantes da PUC.

A Juventude Socialista do PDT de São Paulo foi à luta com muito trabalho e diálogo. Ouvindo mais do que falando. Chamando os alunos para participar do processo eleitoral, colegas que estavam cansados de ouvir “deixa com quem sabe”, no discurso arrogante e soberbo que todo mundo já conhece bem.

No segundo turno, o desespero bateu. Na véspera do pleito, até o Haddad apareceu por lá. Mas não tinha jeito de evitar a virada histórica. Anota aí. O MAIOR quórum eleitoral da HISTÓRIA da PUC-SP.

E a virada foi estrondosa. Em torno de 150 votos a mais. “Não deu”, lamentou um devastado jovem na porta da universidade. O placar foi de 651 a 513, num total de 1164 votos.

“Viva Brizola, viva Che. Viva a Juventude Socialista PDT”, gritaram integrantes da chapa, após o resultado.

Importante registrar um fato inusitado: a chapa derrotada e ligada ao PT se autodenominava nos corredores da PUC-SP como ‘Juventude Zé Dirceu’. Quanta desfaçatez, meu companheiro.

Gritar a plenos pulmões que é da juventude de um político condenado em diversos processos por corrupão escancarada beiura a insanidade, me perdoem os que aplaudem a história estudantil do Dirceu, que eu também aplaudo, mas ignoram o presente.

O resultado é público. A JS do PDT da capital paulistana tem enchido os olhos dos mais experientes, ouço dizer. Uma galera que trabalha e trabalha muito. Luta. Enfrenta o bolsonarismo fascista todo dia. E disputa o progressismo sem medo e de cabeça erguida.

Assim foi a quinta-feira que talvez nunca mais termine. O PDT paulistano cresce e mostra cada vez maior desenvoltura, na mobilização, no discurso e na prática. Vai surpreender muita gente nas eleições do fim do ano. Anota aí.

Na PUC, em São Paulo e por todo o Brasil, não tem jeito: não vai ter recuo no destino histórico restaurado do PDT de Leonel Brizola em ser altivo e protagonista na disputa política nacional. Doa a quem doer.

Este texto é opinativo e não reflete, necessariamente, a opinião do site Brasil Independente.

Foto: Reprodução

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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