Ato contra juros abusivos – Uma manifestação contra os juros abusivos cobrados no país uniu centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais nesta terça-feira (21), em São Paulo.
Um caminhão de som foi palco de discursos de lideranças política, sindicais e populares em frente ao Banco Central (BC), na Avenida Paulista, coração da capital.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi alvo de duras críticas e de pedidos pela sua saída do cargo.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, marcou presença no ato e saiu em defesa do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que foi pivô – na última semana – de uma polêmica sobre a redução dos juros dos empréstimos consignados do INSS.
“É preciso enfrentar os interesses do sistema financeiro, que sugam a riqueza dos trabalhadores brasileiros”, defendeu.
Após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) diminuir o teto da taxa de juros para a modalidade de 2,14% para 1,7% ao mês, bancos privados – e na sequência, públicos – anunciaram a suspensão da concessão de empréstimos nesta modalidade.
Quando ficou sabendo da proposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ligou para Lupi tentando fazê-lo desistir da redução dos juros. Na sequência, o presidente Lula (PT) “cobrou” ministros e demonstrou irritação com seus comandados.
Diversos personalidades do mundo político saíram em defesa de Lupi e da redução, como Roberto Requião (PT), Jones Manoel (PCB), Eduardo Moreira, José Luiz Datena, entre outras lideranças.
Nesta segunda-feira (20), o governo decidiu subir novamente os juros do consignado.
Candidato a deputado estadual nas eleições paulistas pelo PDT, Robinson Farinazzo – criador do canal ‘Arte da Guerra’ – lembrou que as taxas abusivas de juros prejudicaram não só os trabalhadores, mas também pequenos e médios empresários.
“As pessoas estão se conscientizando de quanto são exploradas. O que esses juros abusivos ajudam o Brasil? Em nada. Tá na hora de mudar, é uma verdadeira pedra amarrada no pé do país e a gente não consegue crescer em termos de desenvolvimento. As pessoas não aguentam mais”, disparou.
Reforma Trabalhista
Representando a Juventude Socialista do PDT, João Brandão lembrou que derrotar Bolsonaro foi importante, mas não é o bastante para reconstruir o país.
“O povo brasileiro elegeu Lula para revogar a reforma trabalhista, para enfrentar o cartel dos bancos e para não aceitar que bancos explorem o povo brasileiro, os trabalhadores, a juventude brasileira e os aposentados”
Secretário Nacional de Mobilização da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Denilson Bandeira disse que além da redução das taxas de juros no país, é fundamental a revogação das “maldades da reforma trabalhista”.
“Campos Neto cairá! Também solicitamos ao governo federal que a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil saia do cartel de bancos!”, acrescentou o líder sindical, sob aplausos.
Entidades do movimento estudantil e diversos movimentos sociais também participaram do protesto desta terça.
Por Thiago Manga
(Foto: Thiago Manga/BRI)