A poucos dias do início do novo governo, o Ministério da Justiça – que será comandado pelo senador eleito Flavio Dino (PSB-MA) – já tem diversos nomes confirmados em postos chave ligados à pasta. Nesta terça-feira (20), Dino anunciou Augusto de Arruda Botelho (PSB-SP) como secretário nacional da Justiça e Edmar Moreira Camata como diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal. 

Botelho foi candidato a deputado federal por São Paulo este ano, mas não se elegeu. Ele é formado em Direito pela UNIP, especialista em Direito Penal pela Universidade de Salamanca, na Espanha, entre outras especializações na área. 

O advogado iniciou a carreira no escritório de Márcio Thomas Bastos, ex-ministro da Justiça no primeiro governo Lula, foi conselheiro da ONG Human Rights Watch e do Projeto Inocência, e ganhou mais notoriedade nacional ao participar do programa O Grande Debate, da CNN Brasil, em que discutia diversos temas relacionados ao direito com o comentarista Caio Coppola. 

Na Secretaria Nacional da Justiça, Botelho será responsável pela coordenação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, de políticas relacionadas a migrações, refugiados e tráfico de pessoas, políticas de cooperação jurídica internacional, dentre outras tarefas. 

Polícia Rodoviária Federal 

Já Camata foi anunciado no comando da PRF após Bolsonaro exonerar nesta quinta-feira o agora ex-diretor Silvinei Vasques, que estava de férias desde que o Ministério Público Federal pediu seu afastamento do cargo por suspeita de uso político de sua posição.  

Silvinei é alvo de diversas investigações relacionadas aos bloqueios de rodovias após a derrota de Jair Bolsonaro, às operações de fiscalização realizadas nas rodovias no dia do segundo turno das eleições mesmo com proibição judicial e por fazer campanha para o atual presidente utilizando-se do cargo. 

Segundo o jornal O Globo, Silvinei pretende se aposentar antes do início do próximo governo temendo represálias. Aos 47 anos, ele está na PRF desde 1995 e se encaixa nas regras antigas de aposentadoria para a categoria que exigem um período mínimo de 20 anos de atividade policial. 

Camata assume o posto em janeiro. Ele está na PRF desde 2006, mas se licenciou em 2019 para assumir a Secretaria de Controle e Transparência do Espírito Santo. É formado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e mestre em Políticas Anticorrupção pela Universidade de Salamanca. 

Mais nomes 

Nas últimas semanas, outros nomes já foram anunciados por Dino no Ministério da Justiça. São eles: 

• Tamires Sampaio (PT-SP) no comando do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Tamires tem 29 anos, é formada em Direito pela Universidade Mackenzie, foi candidata a deputada federal este ano e era diretora do Instituto Lula. 
• Andrei Rodrigues, delegado da Polícia Federal, será diretor-geral do órgão. 
• Ricardo Cappelli será secretário-executivo do Ministério da Justiça. Jornalista, atualmente é secretário de Comunicação do governo do Maranhão. 
• O auditor federal Marivaldo Pereira assumirá como secretário de Acesso à Justiça. 
• Diego Galdino como secretário-executivo adjunto da pasta. 
• Wadig Damous como secretário nacional do consumidor. 

Informações: G1 e O Globo