Sancionada em fevereiro de 2021, a autonomia do Banco Central é ainda um ponto sensível dentre economistas e políticos. O professor da Fundação Getúlio Vargas Nelson Marconi está dentre aqueles que são críticos à forma como o banco foi autorizado a operar, sem prestar contas ao governo. “O Banco Central não é uma agência reguladora. Ele faz política econômica e é um braço importante de qualquer governo. O presidente da República tem que ter autonomia para escolher um presidente do Banco Central alinhado com ele”, explicou.
Em conversa com a equipe da Esfera Brasil, o assessor de Ciro Gomes (PDT) na área econômica revelou que, apesar das críticas ao modelo atual de autonomia, o pré-candidato é favorável à independência operacional da instituição. A lei em vigor determina que o presidente e os diretores do BC tenham mandato fixo de quatro anos, não coincidentes com os do presidente da República, que poderá fazer novas nomeações apenas em seu terceiro ano de mandato.
Um dos responsáveis por elaborar o plano de governo do pedetista, Marconi afirmou que um dos principais pontos é impulsionar a reindustrialização do país, com investimento público e privado, pensando também na economia do futuro. “A indústria é fundamental para o desenvolvimento do país e para gerar empregos, e hoje já temos que numa indústria sustentável, com energia limpa”.
Responsabilidade fiscal
Sobre as críticas que dizem que Ciro não teria responsabilidade fiscal, o economista garantiu que isso é um mito e que, pelo contrário, o cuidado com os gastos governamentais é central em sua proposta. “Responsabilidade fiscal é um ponto muito importante. É preciso retomar a capacidade do Estado de fazer investimento”, disse.
Para isso, ele defendeu que são necessárias reformas fiscais e tributárias, que seriam aprovadas a partir da proposta de um novo pacto federativo. O plano prevê a cobrança de lucros e dividendos, com uma compensação no imposto de renda de pessoa jurídica, e tributação de 0,5% em fortunas acima de R$ 20 milhões.
Com informações de: Exame
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
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