Bolsonaro admite que pode ficar inelegível – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, na noite dessa terça-feira (14), que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode torná-lo inelegível em razão da reunião com embaixadores promovida no ano passado, na qual criticou, sem provas, o sistema de votação brasileiro.
A ação – que será julgada pelo TSE – foi feita pelo PDT.
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“Eu não tenho uma denúncia sequer de corrupção, zero. O processo que vai ser julgado no TSE é pela reunião que eu fiz com embaixadores no ano passado, foi um ‘crime’ que eu cometi”, ironizou.
Bolsonaro deu a declaração durante evento com apoiadores brasileiros nos Estados Unidos (EUA).
Questionado sobre uma eventual campanha para a Presidência em 2026, ele respondeu que “existe essa possibilidade de inelegibilidade, sim”.
Sobre vir a ser preso, ele declarou: “A questão de prisão, só se for uma arbitrariedade”.
Sobre o retorno ao Brasil, ele afirmou que pode voltar dia 29 de março, mas estudará a situação do país uma semana antes, para tomar a decisão de forma definitiva.
Atos antidemocráticos
O ex-presidente afirmou que “se estivesse no Brasil, teria problemas”, ao mencionar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Na ocasião, bolsonaristas invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, ao não aceitarem a vitória eleitoral do atual presidente, Lula (PT).
“Ah, atos antidemocráticos. Não participei de quebra-quebra, respeitei o pessoal na frente dos quartéis porque é um direito deles se manifestar publicamente. Lamentavelmente, aconteceu o 8 de janeiro, que foi o ‘meia dúzia de janeiro’”, declarou.
Bolsonaro declarou que “há vídeos comprovando que os edifícios já estariam quebrados” antes da entrada dos invasores. Ele também afirmou que o caso não pode ser enquadrado na lei como terrorista.
“Que golpe é esse? Quem é o golpista? Cadê a tropa? Já que eles tomaram os Três Poderes, quem assumiu? Ah, um ato terrorista. Na nossa legislação, apesar de ser lamentável a cena, aquilo não se enquadra na lei como atos terroristas. Aquilo foi invasão, depredação, um montão de coisas”.
“Terroristas que não foram encontrados com um canivete sequer. Golpistas que não tinham articulado com tropa, não tinham comandante. O objetivo disso, no meu entender, disso tudo, é tentar sepultar a direita que mal nasceu no Brasil”, finalizou.
TCU manda Bolsonaro devolver joias
O Plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) determinou por unanimidade que Bolsonaro devolva, em até cinco dias, todas as joias recebidas como ‘presente’ do governo da Arábia Saudita.
A decisão, tomada nesta quarta-feira (15), esclarece que as joias deverão ser entregues à Secretaria Geral da Presidência da República.
Os itens que deverão ser entregues são:
- a caixa de joias presenteadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 16, 5 milhões, retida pela receita Federal;
- o estojo com cinco peças, mantido pelo ex-presidente em seu acervo pessoal.
“Há um binômio que orienta a destinação desses presentes: uso personalíssimo e baixo valor monetário. Se o presente tem um caráter personalíssimo e baixo valor monetário, como uma camisa de time, um perfume, um lenço, que portanto preencher esses dois requisitos, esses bens podem ser atribuídos ao acervo particular do ocupante da Presidência. Se o bem é de elevado valor, ou não é personalíssimo, na ausência desses dois requisitos, o destino deve ser o acervo da Presidência da República“, alegou o presidente do TCU, ministro Bruno Dantas.
(Com informações de O Antagonista e Metrópoles)
(Foto: Reprodução)