Bolsonaro culpa Zambelli por derrota eleitoral – O distanciamento entre Jair Bolsonaro (PL) e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) começou ainda na campanha de 2022, depois que ela saiu correndo com uma arma em punho em plena região da avenida Paulista às vésperas da eleição presidencial.
Na ocasião, Zambelli foi flagrada pelo jornalista do Brasil Independente, Vinicius Costa, que gravou o vídeo que rodou o país e o mundo. Recentemente, a bolsonarista processou o jornalista Luan Araújo, que foi perseguido e ficou sob a mira da arma da parlamentar, por difamação.
Apoiadores de Bolsonaro creditam a derrota dele à deputada, que dizem que pesquisas internas da campanha mostravam que o ex-presidente crescia no eleitorado de São Paulo e, por isso, poderia virar contra Lula (PT) no plano nacional. A cena protagonizada pela parlamentar teria revertido a curva de subida.
“Pela lei, naquele dia [Zambelli] não poderia estar armada na rua. Já começa por aí”, disse Bolsonaro.
“Eu aprendi na minha vida, lá no Rio de Janeiro: sacou, tem que atirar”, seguiu ele. “Aquilo que aconteceu, o perfil do cara [que teria xingado a deputada, fazendo com que ela sacasse a arma], era para ela sair fora. Vai bater boca com um cara daquele perfil? Pra quê?”, questionou.
A deputada voltou às manchetes na semana passada ao ser alvo de operação da Polícia Federal (PF) de busca e apreensão. Os agentes prenderam Walter Delgatti, o hacker da “Vaza Jato”.
A deputada e Delgatti são suspeitos de atuarem em uma trama que mirava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e que resultou na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
(Com informações da coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo)
(Foto: Montagem/Reprodução)