Bolsonaro e ‘Deus’ – Cada vez mais pressionado pela má gestão na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro tem dobrado a aposta pela permanência no cargo. O político tem ampliado as críticas a governadores e prefeitos que defendem medidas contra a pandemia, segue promovendo aglomerações e divulgando notícias falsas sobre a doença e possíveis ‘tratamentos precoces’.
No último domingo, apelou ao seu ‘lado religioso’ ao dizer que exercer mandato por graça divina.
“Enquanto eu for presidente, só Deus me tira daqui. Eu estarei com vocês”, disse a apoiadores. A fala foi logo retrucada pelo bispo auxiliar de Belo Horizonte dom Vicente Ferreira, C.Ss.R que já havia feito até uma ‘oração pelo fim da pandemia’, que inclui o pedido de impeachment.
“Temos obrigação ética de lutar pela civilização. Barbárie é meta de nosso desgoverno. P.S. Só Deus me tira daqui. – Senhor, não tardes”, disse o bispo pelo Twitter, em alusão à fala de Bolsonaro.
Estamos em guerra. Cada dia ficamos mais vulneráveis. É triste demais ver tanta gente adoecendo ou morrendo. Mas ainda somos sobreviventes. Temos obrigação ética de lutar pela civilização. Barbárie é meta de nosso desgoverno. P.S. Só Deus me tira daqui. – Senhor, não tardes.
— Dom Vicente Ferreira (@DomVicenteF) March 22, 2021
Bispo referencial da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, dom Vicente Ferreira é bastante crítico ao governo Bolsonaro. O religioso tem acompanhando de perto o drama dos atingidos pela barragem da Vale e é membro das Comissões de Ecologia Integral e Mineração e Cultura e Educação da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).
“2.798 mortes, hoje. Perdemos! E o ritmo da vacinação? Que tragédia! Irresponsável falta de planejamento do Governo Federal. Que adjetivo dar pra esse sujeito? Queiroga: “quem determina o rumo da saúde é o Presidente”. Vamos morrer…”, disse dom Vicente em outro tweet.
Natural de Alegre (ES) e com 46 anos, dom Vicente é religioso da Congregação Redentorista e doutor em Ciência da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Foi nomeado bispo auxiliar de Belo Horizonte e titular de Castra Nova pelo papa Francisco em março de 2017. Desde o rompimento da barragem tem se dedicado à atender os atingidos e denunciar abusos cometidos pela empresa e governantes.
Fonte: Dom Total
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