Brasil bate recorde de trabalho informal – O número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada atingiu um recorde histórico em 2022, com 12,9 milhões de pessoas nesta situação, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O número representa um aumento de 14,9% em relação a 2021, quando havia 11,2 milhões de trabalhadores nesta situação, e é o maior desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), em 2012.
A informalidade também atingiu um recorde absoluto, com 38,8 milhões de trabalhadores informais em 2022.
Enquanto isso, o número de pessoas que trabalham por conta própria, formais ou informais, atingiu 25,5 milhões em 2022, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior e de 27,3% em relação a 2012 – o menor patamar da série histórica.
Melhorias no mercado de trabalho
Apesar disso, o mercado de trabalho apresentou algumas melhorias em relação a 2021. A população ocupada atingiu um recorde de 98 milhões de pessoas e a taxa de desocupação ficou em 9,3%, o menor índice desde 2015.
O número de trabalhadores com carteira assinada também aumentou em relação a 2021, embora em uma proporção menor do que aqueles sem carteira.
Outro dado positivo é que a taxa de informalidade caiu de 40,1% em 2021 para 39,6% em 2022, indicando uma redução na proporção de trabalhadores informais em relação à população ocupada.
“Diversas atividades ultrapassaram seu nível de ocupação pré-pandemia. É um ano de consolidação da recuperação do impacto que a pandemia da covid teve no mercado de trabalho brasileiro e mundial”, explicou a pesquisadora do IBGE Adriana Beringuy.
O número médio anual de trabalhadores domésticos também aumentou em 2022, com um crescimento de 12,2% em relação ao ano anterior.
Os setores do comércio e serviços foram os que mais influenciaram o mercado de trabalho em 2022, com destaque para o segmento de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que cresceu 9,4%, e para os serviços de outros setores (17,8%) e alojamento e alimentação (15,8%).
Por outro lado, o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura apresentou uma queda percentual na população ocupada.
Subutilizados e desalentados
Embora a taxa de subutilização da força de trabalho tenha diminuído em relação a 2021, estimada em 20,8%, ainda está 54,7% acima do nível de 2014.
A população subutilizada também apresentou uma redução de 23,2% em relação a 2021, mas o patamar ainda está elevado em comparação com anos anteriores.
A população desalentada, que representa as pessoas que querem trabalhar, mas que desistiu de buscar emprego, apresentou uma queda de 19,9% em relação a 2021, com 4,3 milhões de pessoas nessa situação em 2022.
(Foto: Reprodução)