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Brasil negocia acordo com Rússia para ativar submarino nuclear brasileiro

Submarino nuclear brasileiro – Durante a reunião em Brasília com o chanceler russo, Serguei Lavrov, o governo brasileiro demonstrou interesse em obter combustível produzido pela Rússia para o submarino de propulsão nuclear em desenvolvimento no Brasil.

A entrega do submarino nuclear está atualmente prevista para 2029, mas também é possível que seja estendida para a próxima década. Se o prazo for cumprido, o Brasil terá navios desse tipo após uma longa saga de 50 anos desde o início do projeto.

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Apesar de dominar o ciclo de produção desse tipo de combustível, o Brasil não o produz com a certificação necessária emitida pela Agência Internacional de Energia Atômica, que fechou as portas para a certificação por interferência dos Estados Unidos.

Sem meios de obter a certificação, o governo brasileiro busca outras formas de acessar o combustível para o protótipo do reator da embarcação desenvolvida pela Marinha, que está em teste desde 2021, mas deve entrar em uso apenas na próxima década.

O tema não foi o centro da conversa, que focou principalmente na questão da guerra na Ucrânia e o comércio bilateral entre os países, mas deu sequência à uma discussão iniciada ainda durante o governo Jair Bolsonaro, quando o então presidente se reuniu com Vladimir Putin na Rússia uma semana antes do início da guerra.

Na ocasião, Bolsonaro abordou com o presidente russo o interesse brasileiro de adquirir o combustível necessário para o reator do futuro submarino nuclear, revelou a Folha de S. Paulo.

Além do submarino, o governo brasileiro planeja retomar as obras da usina nuclear de Angra 3, que estão paralisadas desde 2015 após denúncias de corrupção na Eletronuclear, estatal responsável pelo setor.

Estatal russa de energia atômica

Ainda na visita a Moscou, Bolsonaro estabeleceu contato com a Rosatom, estatal russa de energia atômica que é a maior empresa do setor no mundo e já se colocou na disputa para operar Angra 3, concorrendo contra a Westinghouse (EUA), a CNNC (China) e a EDF (França).

A Rosatom opera 11 usinas na Rússia e a maior da Europa, localizada na Ucrânia, além de estar construindo 35 dos 58 novos reatores nucleares no mundo hoje.

Cerca de 20% dos reatores ativos no mundo hoje são da estatal russa ou possuem desenho dela. A empresa detém 14% do mercado de combustível nuclear, 28% do de enriquecimento e 75% do de tecnologias associadas.

Até mesmo os Estados Unidos possuem relação próxima com a Rosatom: 16% do combustível nuclear que os norte-americanos consomem são produzidos por ela.

Em 2022, a empresa aumentou seu faturamento em 15%. Agora, a energia nuclear entrou no radar de sanções dos Estados Unidos e demais aliados da Ucrânia, que fecharam o mercado para gás natural e petróleo russos.

Nesta semana, países do G7 se reuniram no Japão e decidiram tentar quebrar o domínio russo no mercado de energia nuclear. O acordo fechado entre Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá e Japão prevê “garantir urânio combustível por meio de cadeias produtivas compartilhadas para isolar a Rússia”.

“Temos de derrotar Putin e garantir que nem ele, nem ninguém como ele, pensem em tornar o mundo refém por meio de sua energia novamente”, disse o secretário britânico do setor, Grant Shapps.

Mais negócios entre Rússia e Brasil

Outra questão energética tratada na reunião em Brasília com o chanceler russo foi o aumento das importações brasileiras do diesel russo, combustível essencial para o transporte rodoviário no Brasil.

A consultoria Angus fez um levantamento que aponta que, em 2002, a Rússia tinha apenas 1% do mercado brasileiro de diesel, que era dominado pelos Estados Unidos, responsáveis por 57,2%.

Já no primeiro trimestre deste ano, esta proporção foi drasticamente diferente: 13,2% do diesel importado pelo Brasil era russo, e 33,1% era norte-americanos.

Porém, o mercado de fertilizantes continua sendo o mais crucial na relação comercial entre Brasil e Rússia, já que 20% dos fertilizantes utilizados no país são fornecidos pelos russos.

Em contrapartida, a Rússia segue ampliando a habilitação de frigoríficos brasileiros e negocia acordos também na área de pescados.

(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Divulgação)

BRI Sem Papas

Nesta terça-feira (18), o “BRI Sem Papas” debateu a viagem do presidente Lula (PT) à China e a denúncia contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no Brasil.

Além disso, o recuo do governo na taxação da compras online de até 50 dólares, a volta de Ciro Gomes (PDT) ao cenário político e a epidemia de ataques em escolas brasileiras foram objeto de debate.

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O “BRI Sem Papas” é um programa opinativo do Brasil Independente, transmitido ao vivo, toda terça, às 20h, pelo canal do BRI no Youtube.

O programa é comandado pelo Diretor de Redação do BRI, Thiago Manga, tendo como companheiro e fiel escudeiro o jornalista e músico Renato Zaccaro.

Por Redação

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