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Brasileiro é eleito em Portugal por partido de extrema-direita; saiba quem é Marcus Santos

Brasileiro é eleito em Portugal – O brasileiro Marcus Santos foi eleito deputado em Portugal neste final de semana. Nascido na Ilha do Governador (RJ), o homem de 45 anos representa o partido de extrema-direita Chega e faz parte da legenda desde sua fundação, em 2019.

Hoje cidadão português, o carioca começou a se envolver com política anos antes de se candidatar.

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Em 2016, por exemplo, veio ao Brasil para pedir o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

Dois anos depois – como esperado -, em 2018, apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência e, de volta a Portugal, decidiu se envolver com a política local.

“Perigo do socialismo”

Em sua campanha, Marcus alertava sobre o “perigo do socialismo” em Portugal, afirmando que o Brasil foi “destruído” por ele.

“O socialismo é a raiz do nosso problema. A economia, as fronteiras abertas de maneira escancarada, temos um afegão que assassinou duas meninas, (…) que poderia ter evitado isso se tivesse uma política mais restritiva, se fizesse uma melhor varredura de quem entra no nosso país”

Um dos temas defendido pelo carioca é o controle da imigração. Ele afirma que não é contra a ida de estrangeiros para Portugal, mas defende um controle maior sobre quem entra no país.

“Para aqueles que vem para cá viver de subsídios ou cometer crimes em Portugal, esses que voltem pras suas terras”, declarou em uma entrevista à ZugaTV, no YouTube, no mês passado.

Marcus Santos ainda culpou o ex-primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, por uma suposta escalada na violência em Portugal.

“Show” de preconceito

Marcus dedica a maior parte de suas postagens em suas redes sociais a ataques contra movimentos progressistas e a “esquerda” portuguesa.

Ele repudiou um protesto contra o racismo no Porto, onde se elegeu, afirmando que “todo vitimista é um covarde que culpa o tom de sua pele pelas suas frustrações”.

Em outra ocasião, afirma que Portugal sofre com o “terrorismo LGBT” e que o Chega vai propor “a exclusão da identidade do ‘inferno’ nas escolas”. O “inferno” seria o uso de nome social de alunos trans e a liberdade de vestimenta dos alunos.

Marcus desrespeitou a identidade de gênero de Marina Machete, coroada a primeira mulher trans como miss Portugal, e afirmou que o “socialismo e sua agenda” são um perigo para a sociedade.

Ele ainda criticou uma homenagem a uma brasileira trans assassinada em 2006, Gisberta Salce Júnior, se referindo a ela como homem e questionando por que uma rua no Porto ganharia seu nome.

Filho de militar e “Jiujiteiro”

Marcus é ex-lutador e entrou para o jiu-jitsu aos 14 anos. Na época, uma recomendação de uma professora, preocupada com a agressividade do então aluno. O carioca, filho de militar, se interessou pela possibilidade de “brigar e ganhar dinheiro.

O político saiu do Brasil aos 18 anos para disputar os Jogos Pan-Americanos de jiu-jítsu, na Flórida, nos Estados Unidos. A estadia, que deveria durar um mês, acabou durando oito anos.

No início, sem dinheiro, Marcus acabou passando um tempo nas ruas de Orlando. Em 2022, o brasileiro contou ao canal ZugaTV que ganhou a passagem para a competição de um patrocinador, com um mês entre a ida e a volta.

O “patrocínio”, no entanto, não incluía estadia em hotel. Eliminado da competição ainda no início, o brasileiro teve que dormir em caixotes de lixo atrás do pavilhão em que o evento era realizado.

“Adotado”

Sua vida mudou poucas semanas depois, quando foi adotado por uma família de haitianos. Marcus ainda voltou ao Brasil para pedir um visto mais longo, o que acabou conseguindo. O documento o liberava para ensinar jiu-jítsu em território estrangeiro.

“Perto desse pavilhão tinha uma academia de jiu-jítsu, de um camarada que estava indo embora para o Canadá. Ele me apresentou para um amigo dele que tinha um ginásio e ele me chamou pra fazer um teste. (…) Esse mestre decidiu me adotar. Eu tinha quatro irmãos, comigo cinco.”

Marcus se casou e teve uma filha nos Estados Unidos, mas acabou voltando ao Brasil depois se separar. O hoje cidadão português voltou à vida de imigrante em 2009, quando viu a chance de expandir seus negócios para a Europa.

“Em 2008 fui convidado para lutar em um evento aqui (em Portugal), fiquei cinco dias, dei alguns seminários, ganhei a luta e no ano seguinte fui chamado pra começar um projeto e dar aula aqui. Então voltei e estou aqui até hoje”, conta.

Atualmente, Marcus Santos é dono da academia “Champions MMA”, com várias unidades distribuídas em Portugal. Ele é casado com uma portuguesa e teve mais um filho no país europeu.

O brasileiro costuma dizer que não pretende mais sair de Portugal e que deseja que “seus ossos sejam enterrados” no país europeu.

(Com informações de UOL)
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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