Ex-vereador é morto no RJ – Conhecido como Zico Bacana, o ex-vereador Jair Barbosa Tavares morreu após ser baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (07).
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o crime, que deixou outras duas vítimas: Jorge Barbosa Tavares, irmão de Zico Bacana, e Marlon Correia dos Santos. Segundo a Polícia Civil, a perícia foi feita no local e diligências estão em andamento para apurar autoria e motivação do crime.
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De acordo com a Polícia Militar, agentes do 41º BPM (Irajá) foram acionados para atender ocorrência de disparos de arma de fogo. Segundo a corporação, um veículo não identificado parou em um estabelecimento comercial e seus ocupantes realizaram disparos contra o grupo de homens, que estava numa loja. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender os baleados pouco depois das 17h.
Zico Bacana foi eleito vereador nas eleições de 2016, pelo PHS, ocupando o cargo entre 2017 e 2020. No último pleito, concorrendo pelo Podemos, ficou como suplente. Durante o mandato, ele também levou um tiro na cabeça, mas de raspão, enquanto estava em um bar, em 2020.
Em 2008, antes de ser eleito, foi citado na CPI das Milícias como um dos chefes de grupos paramilitares que atuavam na regão de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi sequer indiciado.
Zico Bacana também prestou depoimento como testemunha um mês após a morte de Marielle Franco. Na época, a DH investigava a presença de milicianos entre seus assessores. Zico e Marielle foram eleitos pela primeira vez em 2015 e ambos ocupavam gabinetes no sétimo andar da Casa na época do crime. Ele sempre negou qualquer relação com o crime.
“Queria que elucidassem esse caso o mais rapidamente possível, para mostrar o verdadeiro autor. Espero que descubram quem fez isso” afirmou Zico Bacana ao sair da delegacia, à época.
Zico Bacana concorreu pela primeira vez a um cargo de vereador em 2008, pelo PSDC, quando não foi eleito, mas ficou com a vaga de suplente. Já em 2014, concorreu pelo PHS a uma cadeira na Câmara dos Deputados, ocasião em que não foi eleito. As outras tentativas foram para a Câmara municipal: em 2016, foi eleito; já em 2020, ficou como suplente.
Mesmo sem estar ocupando uma cadeira como parlamentar, sua atuação política pela região de Ricardo de Albuquerque, Anchieta e Guadalupe seguia sendo compartilhada pelas redes sociais.
No último fim de semana, esteve na entrega de uma obra de revitalização em Guadalupe — nome do bairro estampado até em sua camisa — em que posou para foto com o deputado federal Pedro Paulo. Em uma publicação, também agradeceu ao prefeito Eduardo Paes.
Pedro Paulo foi às redes sociais lamentar a morte de quem chamou de “amigo”. Segundo o parlamentar, “Jair Barbosa Tavares, (era) carinhosamente chamado Zico Bacana, porque era mesmo, e muito”.
“Que triste! Que atrocidade! Espero que esses assassinos sejam o quanto antes encontrados, presos e punidos severamente, no máximo rigor e força da lei”, declarou o deputado.
O Podemos, partido ao qual era filiado, informa que lamenta profundamente a morte de Zico Bacana e encaminha os sentimentos aos seus familiares.
Ex-jogador e policial
Jair Barbosa Tavares virou Zico Bacana por sua paixão pelo futebol — ele é ex-jogador de futebol de salão e vestiu a camisa do Madureira. Antes de entrar para a PM, Bacana trabalhou como mecânico na oficina do pai e foi paraquedista. Ele passou para a reserva da corporação em 2018, após 28 anos de serviço.
Na Justiça, o vereador foi investigado por agressões em, pelo menos, dois processos. Em um terceiro procedimento instaurado em 2019, após a abertura de inquérito na 30ª DP (Marechal Hermes), Zico Bacana foi acusado de constrangimento ilegal e posse irregular de arma de fogo. Contudo, o MP recomendou a extinção da ação por prescrição do caso.
O seu advogado à época, Alexandre Meireles, amigo do vereador, negou que o parlamentar tenha envolvimento com milícias.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Montagem/Reprodução)