Governadores pedem ajuda à sindicatos de trabalhadores para pressionar países pela liberação de vacinas e na implementação de um lockdown nacional
As centrais sindicais – CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, se reuniram nesta segunda-feira (22) com o governador Wellington Dias, presidente do Fórum do Nordeste e coordenador do Fórum dos Governadores para traçarem estratégias conjuntas de enfrentamento à pandemia de coronavírus.
Diante do processo de agravamento da pandemia de covid-19, as centrais pediram ações enérgicas dos governadores dos estados que participam do Fórum Nacional dos Governadores. As partes firmaram um pacto para o combate à pandemia e a implementação imediata de um lockdown nacional.
Prioridades
Entre as prioridades, estão a compra de vacinas, a liberação de recursos para a área da saúde, a criação de uma mesa de diálogo com o setor produtivo, o retorno do auxílio emergencial com o valor de R$600 e a criação de um comitê científico de crise.
A justificativa para essas medidas seriam o agravamento da crise sanitária, causando milhares de mortes diárias, além do estrangulamento e colapso do sistema de saúde público e privado. A ausência uma de coordenação nacional no combate à pandemia e o negacionismo no governo federal frente à situação teriam se tornado insustentáveis.
“Estamos entrando em uma crise muito grave e face a isso um grupo de financistas solta uma carta aberta ao governo e ao povo brasileiro, fazendo propostas que batem com o que nós estamos pedindo desde fevereiro. Precisamos abrir uma luta incessante em relação à vacinação, por que sem isso, o lockdown não adianta nada.”, afirmou o presidente da CSB, Antonio Neto.
“É inacreditável ver os EUA sem estrutura vacinarem 100 milhões de pessoas em 51 dias e nós com o maior sistema público de vacinação do mundo estarmos com esses números pífios.”, completou.
Governadores alinhados
O governador Wellington Dias (PT-PI), que preside o consórcio, frisou que as propostas das centrais estão todas em sintonia com o que vem sendo discutido e proposto pelos governadores do país.
Dias adicionou um pedido às centrais sindicais: para que enviem uma carta conjunta às lideranças da OMS, Reino Unido e EUA pedindo celeridade na liberação de vacinas que não estão estejam sendo utilizadas para o Brasil. “Nos tornamos o epicentro da pandemia no mundo, não só pelo número de mortes mas com a proliferação de variantes que ameaçam o combate global da pandemia.”, disse.
Segundo o governador, a questão do Reino Unido é uma das que prevê maior urgência, visto que o contrato com a britânica Astrazeneca prevê o fornecimento de 15 milhões de doses. Quatro milhões de doses já foram entregues, mas ainda faltam 11 milhões.
Era prevista a entrega de mais 2 milhões de imunizantes em março, 4 milhões para abril e o restante para maio. “Devemos pedir que cumpram o contrato” afirmou Dias, pedindo que a transferência de tecnologia para a produção de IFA, prevista para dezembro de 2021, seja antecipada para maio.
Com isso, a Fiocruz pode produzir 30 milhões de doses por mês, vacinar a população brasileira e ainda ajudar o mundo na imunização em massa contra a covid, exportando vacinas.
Tripé anti-pandemia
Para os líderes das centrais, está claro que há uma disposição dos mais diversos setores da sociedade em trabalharem unidos por este tripé: vacinas, lockdown nacional e auxílio econômico para trabalhadores e empresas.
Em mais um sinal de apoio ao esforço de governadores e prefeitos no combate à pandemia, as centrais sindicais anunciaram durante reunião que, na quarta-feira (24), vão declarar oficialmente o apoio ao Pacto pela Vida organizado pelo Fórum dos Governadores.
A iniciativa visa desenvolver ações de conscientização de prevenção ao contágio para a população e para setores produtivos de todo o Brasil.
Lockdown nacional na quarta
Centrais sindicais também estão convocando trabalhadores de todos os setores para um lockdown em protesto intitulado “Em Defesa Da Vida e dos Direitos”, marcado para quarta-feira (24). De acordo com as entidades, a manifestação foi articulada por conta da “irresponsabilidade do governo federal, que levou o país ao pior colapso sanitário e hospitalar de sua história”.
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