A primeira tentativa de golpe – Os elementos já levantados nos permitem imaginar uma sequência possível de acontecimentos, tal como planejados por quem coordenou os tumultos de 8 de janeiro.
1. Os revoltosos assumiriam o controle da sede dos três poderes da República, como foi feito.
2. O presidente Lula colocaria em vigor uma situação de Garantia da Lei e da Ordem em Brasília. Automaticamente, um general assumiria o comando das operações na capital.
4. Colocadas nas ruas, tropas militares e de segurança confraternizariam com os revoltosos.
5. O decreto de estado de emergência, já redigido, seria acionado, com intervenção na Justiça Eleitoral e proclamação de Jair Bolsonaro como vencedor das eleições presidenciais.
6. Bolsonaro retornaria dos Estados Unidos para iniciar seu segundo mandato, sendo recebido com festa no aeroporto da capital.
7. Lula seria morto, preso ou forçado a se exilar.
8. Começaria a limpeza país afora, se preciso “matando 30 mil”, conforme desejo expresso pelo psicopata. Esse trabalho seria feito por PMs, milícias e CACs.
Isso poderia ser feito em poucos dias, criando um fato consumado. Estivemos perto. Pelo menos dois elementos deram errado:
1. Lula não assinou a GLO, optando por uma intervenção civil sob controle direto do seu Ministério da Justiça. Os militares não assumiram o governo de Brasília.
2. Os Estados Unidos jogaram pesado para frear o ânimo golpista das Forças Armadas.
Toda primeira tentativa de golpe é meio desastrada, feita com insuficiente coordenação. As segundas tentativas são mais perigosas.
Praticamente todos os presos, até aqui, são bagrinhos. Os grandes recuaram a tempo. O tamanho e a estrutura da articulação golpista permanecem desconhecidos. Ela pode ser novamente acionada, adiante. Basta um estopim.
Torres de transmissão de energia elétrica estão sendo sabotadas. Que tal uma greve de caminhoneiros?
Por Cesar Benjamin, cientista político
*Publicado originalmente no Portal Disparada
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