Plano de paz na Ucrânia – A China apresentou nesta sexta-feira (24) um plano de 12 pontos para encerrar a guerra na Ucrânia, pedindo um cessar-fogo abrangente no dia em que o conflito completa um ano.
No entanto, tanto a Ucrânia quanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) rejeitaram prontamente a proposta.
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“Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível”, declarou o Ministério das Relações Exteriores chinês no documento de que propõe uma “solução política” para a guerra.
A China pediu a redução gradual dos combates e afirmou que o conflito não beneficia ninguém. O uso de armas nucleares foi rechaçado pelos chineses. rejeitou o uso de armas nucleares.
“As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares nunca devem ser travadas. A ameaça ou uso de armas nucleares deve ser combatida”, diz o comunicado.
Os alertas do temor de uma guerra nuclear foram acesos esta semana após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar a saída de um acordo internacional que limita o número de ogivas nucleares ativas que um país pode manter.
No entanto, o acordo já permitia um arsenal de 1.550 ogivas, quantidade muito acima do que qualquer país sequer conseguiria usar caso quisesse.
Relação China X Rússia
Embora a China oficialmente mantenha uma posição neutra no conflito, ao não declarar apoio a nenhuma das partes, o país tem dados sinais de aproximação com os russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, defendeu uma parceria mais efetiva com Pequim contra o Ocidente, e o líder chinês, Xi Jinping, anunciou que irá a Moscou para uma reunião bilateral com Putin nos próximos meses.
Além disso, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, se reuniu na capital russa na quarta-feira (22) com o presidente russo e o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Desde o início da guerra, a China ofereceu apoio diplomático e financeiro à Rússia, mas se absteve de qualquer envolvimento militar ou envio de armas. Na questão diplomática, por exemplo, os chineses costumam se posicionar contra ou se absterem em votações na ONU que vão contra os interesses russos.
A parceria comercial entre os países foi fortalecida no período, com a China aumentando a importação de gás natural russo, sancionado pelos países europeus, que até então eram os principais compradores do gás.
No mesmo “plano de paz”, o governo chinês defendeu que as sanções contra a Rússia só deveriam ser impostas se fossem endossadas pelo Conselho de Segurança da ONU. A Rússia, porém, é um dos membros permanentes do conselho e tem poder de veto.
Ucrânia rejeita proposta chinesa
O plano chinês não foi satisfatório para a Ucrânia e a OTAN. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que não teve a chance de ver o plano da China antes do anúncio e que gostaria de se reunir com representantes de Pequim para oferecer seu ponto de vista.
“Acho que é um fato muito positivo em geral que a China comece a falar sobre a Ucrânia e a enviar sinais”, disse Zelensky.
Um assessor de Zelensky afirmou que qualquer plano para acabar com a guerra tem que envolver a retirada das tropas russas para as fronteiras da Ucrânia desde 1991, quando a União Soviética entrou em colapso.
Para a Ucrânia, qualquer “plano de paz” que inclua apenas um cessar-fogo e, como resultado, delimite uma fronteira do território ucraniano diferente da que se tinha em 1991 “não é sobre a paz, mas sobre o congelamento da guerra, [é] uma derrota ucraniana, e os próximos estágios do genocídio da Rússia”, disse o conselheiro político Mykhailo Podolyak.
A Otan também criticou o plano chinês, além de toda sua conduta desde o início da guerra.
“A China não tem muita credibilidade, porque não foi capaz de condenar a invasão ilegal da Ucrânia“, afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.
(Com informações de G1 e Petit Journal)
(Foto: Montagem/Reprodução)