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Ciro denunciou Bolsonaro por venda de refinaria – Ex-ministro e candidato a presidente em 2022, Ciro Gomes (PDT) fez denúncias em diversas ocasiões sobre a privatização da refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, que foi vendida para um fundo de investimento dos Emirados Árabes.
A Landulpho Alves foi vendida em 2021 por 1,6 bilhão de dólares, enquanto a própria Petrobras já havia avaliado a refinaria em 3 bilhões de dólares.
“Venderam a Landulpho Alves, lá na Bahia, pela metade do preço que ela vale e por um quinto do preço que ela gastaria para ser construída. Só para se ter ideia do assalto que está se produzindo aos cofres do povo brasileiro”, disse Ciro em agosto de 2022, durante uma visita a Manaus (AM).
Durante um dos debates presidenciais de 2022, Ciro Gomes denunciou a venda e colocou sob suspeita os negócios fechados pelo governo Bolsonaro por meio do Ministério de Minas e Energia.
“Você [Bolsonaro] vendeu a Landulpho Alves por metade do preço para um fundo obscuro dos Emirados Árabes. Aí tem! Se vendeu pela metade do preço, alguém ganhou e o povo brasileiro perdeu”, disse ao ex-presidente.
O valor de venda da refinaria Landulpho Alves foi, inclusive, questionado em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, em junho de 2021.
PF vai investigar
A operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (11) teve como alvo diversas figuras do entorno de Jair Bolsonaro (PL).
Entre os alvos estão o advogado Frederick Wassef, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente e o pai de Mauro Cid, um general do exército.
Um ponto central na investigação que ainda precisa ser esclarecido é o motivo por que autoridades árabes – da Arábia Saudita e de outros países vizinhos – deram tantos presentes ao governo Bolsonaro.
Em visitas oficiais à Arábia Saudita, ao Catar e aos Emirados Árabes, a comitiva do ex-presidente Bolsonaro recebeu presentes como relógios, joias, esculturas e armas de fogo.
O investigador também aponta o fato de que as joias dadas pela Arábia Saudita, como Chopard e Rolex, não são típicas do país, como costumam ser os presentes dados a chefes de estado em visitas oficiais.
PF pede quebra de sigilo de Michelle e Bolsonaro
A PF pediu a quebra de sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama e do ex-presidente no inquérito que apura supostos desvios de presentes de alto valor oferecidos por autoridades estrangeiras a Bolsonaro enquanto ele ocupava a presidência da República.
Os pedidos foram enviados ao relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que decidirá se autoriza ou não. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
No sábado (12), Michelle publicou um versículo bíblico em suas redes sociais.
“Há uma promessa linda na Bíblia que diz: Quando for a hora certa, Eu, o Senhor, farei acontecer”.
Na sexta, um vídeo que mostra a reação da ex-primeira dama a mulheres que a questionaram sobre o paradeiro de joias dadas por autoridades de outros países viralizou. Na ocasião, Michelle foi até a mesa das mulheres, em um restaurante de Brasília, e teria respondido: “você é tão mal-informada que sabe onde estão as joias”.
Amigo pessoal de Michelle, o maquiador Agustin Fernandez teve reação mais agressiva e xingou as mulheres. O vídeo também indica que ele também jogou um copo de gelo nelas. Em nota, a assessoria da ex-primeira-dama afirmou que Michelle “apenas respondeu aos insultos” e repudia esse tipo de ação. Fernandez não se pronunciou.
A investigação sobre as joias e presentes dados por autoridades árabes a Bolsonaro aponta a participação do ex-presidente na suspeita de desvio de bens públicos para enriquecimento pessoal.
(Com informações de Andréia Sadi em G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)