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Trabalhista cristão, Daciolo movimenta disputa pelo Senado

Daciolo movimenta disputa pelo Senado – A decisão do PDT de lançar o ex-deputado federal Cabo Daciolo ao Senado nas eleições do Rio de Janeiro movimentou o tabuleiro político fluminense.

Daciolo obteve mais de 1,3 milhão de votos nas últimas eleições presidenciais, em 2018, ficando à frente de nomes conhecidos como Marina Silva, Henrique Meirelles e Álvaro Dias.

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Outro fator digno de registro é o fato de que Daciolo tem grande penetração no público evangélico, cada vez mais decisivo eleitoralmente e que hoje, vota majoriamente em Jair Bolsonaro (PL).

Na disputa no RJ, o governador bolsonarista Cláudio Castro, que é cantor gospel, tenta captar esses votos, mas a cúpula pedetista aposta que Daciolo pode fazer a diferença em favor do candidato do partido Rodrigo Neves, atual terceiro colocado nas pesquisas para o governo fluminense.

Cada vez mais isolada, a candidatura de Marcelo Freixo (PSB) pode perder força na reta final.

A equipe de Rodrigo Neves vislumbra uma possível arrancada após o anúncio do apoio formal do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que indicou o vice-prefeito na chapa do pedetista, o ex-presidente OAB, Felipe Santa Cruz.

Na disputa pelo Senado, a ideia é tentar desidratar a candidatura de Romário (PL), da base de Bolsonaro e que lidera as pesquisas.

Na última vez que foi testado nas pesquisa, Daciolo surpreendeu e apareceu em terceiro lugar, com cerca de 12% das intenções de voto.

Adesão à Ciro

O ex-deputado decidiu apoiar a candidatura de Ciro Gomes após o ex-ministro ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), denunciada como arbitrária e como gesto de intimidação política.

Ciro Gomes é o presidenciável que mais critica, estatisticamente, o presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar das acusações de lulistas, que não aceitam as críticas de Ciro à Lula (PT) e bradam que isso ‘ajuda Bolsonaro’.

Daciolo chegar a ser cogitado para disputar as eleições por São Paulo, mas acabou optando pelo Rio.

Disputa intensa

A definição do nome pedetista para concorrer ao Senado no Rio vinha sendo alvo de intensos debates.

Para solucionar o impasse, chegou-se a cogitar uma candidatura coletiva ao Senado, sob a ótica de um mandato compartilhado.

A falta de consenso sobre quem seria o cabeça de chapa, no entanto, travou o acordo.

A escolha por Daciolo agrada correntes do partido que veem no ex-deputado um porta-bandeira da candidatura de Ciro Gomes ao Palácio do Planalto no território fluminense.

Desde que declarou apoio à candidatura de Ciro, Daciolo não passar um dia sequer sem defender o Projeto Nacional de Desenvolvimento sob a ótica cristã.

Além disso, Daciolo possui grande aceitação entre a população pobre e sobretudo evangélica, tendo condições de disputar votos nestes espaços contra os rivais de Ciro, Jair Bolsonaro e Lula.

Martelo batido

O martelo foi batido em conversa entre Lupi, Daciolo e Ivanir. Os dois postulantes à vaga, aliás, se reuniram na quinta-feira (04) para tentar chegar a um consenso.

Carlos Lupi também quis ouvir o aliado e prefeito do Rio, Eduardo Paes, o candidato do PDT ao governo do RJ, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

Todas as opiniões foram em levadas em conta antes da decisão final ser anunciado por Lupi.

Historicamente ligado ao PT – que tenta desarticular e inviabilizar a candidatura de Ciro a todo custo -, Ivanir dos Santos tinha como virtudes a sua importância histórica para o movimento negro, além de sua trajetória no combate à intolerância religiosa.

Postura não agradou

Não ajudou, porém, sua postura na discussão sobre uma chapa compartilhada.

Para aceitar tal acerto, Ivanir exigir ser o titular da chapa, demonstrando desconfiança sobre Daciolo cumprir o trato e renunciar após quatro anos para que ele assumisse, caso fosse eleito como suplente.

O grupo de Ivanir alegava que não há respaldo jurídico e que o ativista teria temia concorrer como suplente e, em um eventual mandato, não ver o acordo ser cumprido.

Também foi oferecida a Ivanir sua indicação para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.

Ivanir também não aceitou a oferta.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução)

 

 

 

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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