Político gaúcho coordenou carta assinada por colegas em que são rebatidas as informações divulgadas pelo presidente sobre os repasses federais aos estados
Neste domingo (28) com o objetivo de se defender de críticas na gestão da pandemia, Jair Bolsonaro publicou um post com valores remetidos aos estados pelo governo federal em 2020. Na visão do presidente, o Palácio do Planalto municiou financeiramente os estados, que falharam em aplicar esse dinheiro de forma correta e eficiente.
O problema é que os valores publicados por Bolsonaro incluíam repasses obrigatórios previstos na Constituição que independem da decisão dele. Todos os governadores ficaram indignados com o post que tentava tirar a responsabilidade do presidente pelo caos no sistema de saúde enfrentado atualmente pelo país.
Mas partiu do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a iniciativa de escrever uma carta em resposta ao presidente, que foi divulgada nesta segunda (01). À certa altura, a nota diz o seguinte: “Adotando o padrão de comportamento do Presidente da República, caberia aos Estados esclarecer à população que o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos Estados, em 2020, somou 1,479 trilhão de reais.
Se os valores totais, conforme postado hoje, somam 837,4 bilhões de reais, pergunta-se: onde foram parar os outros 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada Estado brasileiro pagaram à União em 2020?”.
Segundo a equipe de alguns governadores da região nordeste, foi Leite quem coordenou a redação da nota que seria ratificada por outros 18 governadores, incluindo alguns aliados do presidente que não costumam confrontá-lo publicamente, como o de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Fonte: Veja