Eduardo Moreira é indicado para Conselho da Petrobras – O engenheiro e economista Eduardo Moreira foi indicado pelo governo Lula (PT) para assumir uma cadeira no Conselho de Administração da Petrobras.
Sua posição sobre a atual gestão da estatal petrolífera não deixa dúvidas sobre a possibilidade de Moreira propor mudanças.
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“O petróleo não é mais nosso”, “a Petrobras virou uma empresa gringa”, “foi saqueada pelos interesses estrangeiros”, são algumas das frases ditas por Moreira.
Com mais de 500 mil de seguidores no Instagram e quase um milhão de inscritos em seu canal de Youtube, o influencer tem ideias progressistas e apoiou a Lula na disputa do segundo turno das eleições de 2022, nas quais o petista derrotou Jair Bolsonaro (PL).
Seu nome foi confirmado por interlocutores de Jean Paul Prates à CNN Brasil na lista que será enviada pelo Ministério de Minas e Energia ao departamento de compliance da Petrobras.
Investidores estrangeiros
Em um dos vídeos de seu canal, Moreira critica a grande parcela de investidores estrangeiros que detém ações da Petrobras, que hoje detém 46,3% das ações, entre pessoas físicas e jurídicas de fora do país.
“Não dá nem mais pra chamar a Petrobras de uma empresa brasileira. A Petrobras virou uma empresa gringa, mas ninguém percebeu. Porque a panela foi esquentando e o sapo ali dentro não percebeu que a água estava fervendo”, disse Moreira.
O economista é incisivo e denuncia o que classifica de “saque” à estatal brasileira.
“Hoje em dia a empresa foi privatizada. A empresa mais do que privatizada, ela foi saqueada pelos interesses estrangeiros, e ninguém percebeu”, completou o economista.
Repasse a acionistas
Moreira também é crítico feroz do repasse dos dividendos aos acionistas em detrimento de um valor maior de investimento. Sobre isso, Moreira disse em seu canal.
“O que a Petrobras está fazendo? Ela tá servindo ao seu país gerando emprego, gerando oportunidade, gerando desenvolvimento? Não. Ela virou o seguinte, virou uma saqueadora pra servir uma meia-dúzia”.
Na época da publicação, seu nome sequer era cogitado para o Conselho da Petrobras, mas Moreira já defendia que era preciso reverter o ‘desmonte’ da estatal.
“Isso que a Petrobras faz de não investir o dinheiro na sua modernização, no seu país, é um processo programado, planejado, estratégico de desmonte, e agora você entende por que a gente fala de destruição, pra beneficiar meia dúzia de pessoas, e é isso que a gente vai ter que reverter”, afirmou no mesmo vídeo.
Ex-banqueiro
Eduardo Moreira é formado em engenharia pela PUC-RJ e graduado em economia pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Trabalhou no Banco Pactual até 2009 onde diz ter sido sócio responsável pela área de Tesouraria.
Crítico ferrenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Moreira defende que uma estatal não seja avaliada pelo lucro, mas pela capacidade de transformação social com geração de emprego, pesquisa e desenvolvimento.
“Isso que aconteceu com a Petrobras é o último capítulo, eu espero, de um período nefasto, de um período vergonhoso, de um período onde as aves de rapina da Faria Lima se lambuzaram com aquilo que é nosso, com aquilo que é de todo mundo”, afirmou ainda o escolhido para o conselho.
Mudança à vista
O nome de Moreira sinaliza uma transformação na condução da empresa. Aliás, o discurso do economista é mais radical do que o do próprio novo presidente da companhia, Jean Paul Prates.
A mudança na política de dividendos incomoda o mercado financeiro, que pode trabalhar para derrubar o preço das ações da companhia, provocando assim uma desvalorização da empresa.
Mas a mudança não parece ser uma das prioridades de Prates, levando em conta seu discurso. Aparentemente, o novo presidente prefere priorizar a mudança da política de preços da estatal, a suspensão da venda de refinarias.
Além disso, está no radar a promoção de uma guinada para a produção de combustível mais sustentável.
Acionistas minoritários estariam céticos sobre o futuro da estatal, mas gostaram das primeiras escolhas para o Conselho da empresa que, além de Moreira, também terá em seu colegiado o ex-presidente da Fiesp, Josué Gomes, e a professora da UFRJ, Suzana Khan.
(Com informações de CNN Brasil)
(Foto: Montagem/Reprodução)