Em meio à pandemia do novo coronavírus, o povo do Equador escolheu um ex-banqueiro para ser seu próximo presidente. Se parte da esquerda latino-americana pensava que o neoliberalismo caminhava para o ostracismo na região, eis um alerta histórico, que deve servir como aprendizado inclusive para o cenário político do Brasil.
Guillermo Lasso, de 65 anos, chega à Presidência após ser derrotado em duas ocasiões. Ele venceu o economista Andrés Arauz por uma vantagem de aproximadamente cinco pontos percentuais.
A vitória de Lasso era considerada como improvável após o primeiro turno das eleições. Na ocasião, Arauz teve 32% dos votos, contra 19,7% do ex-banqueiro. Em terceiro lugar ficou o candidato do movimento indígena, Yaku Pérez, com 19,3%. Segundo a apuração oficial, apenas 32 mil votos definiram aquele que enfrentaria Arauz no segundo turno.
De modo irresponsável, nas últimas semanas os principais movimentos indígenas do Equador pregaram o voto nulo. A apuração demonstra que houve sucesso nessa empreitada: no primeiro turno, cerca de um milhão de equatorianos anularam seu voto. Neste domingo, esse número saltou para cerca de 1,6 milhão.
Em tempo: a diferença entre Lasso e Arauz foi inferior a 500 mil votos.
Qualquer explicação honesta a respeito do resultado precisa passar, obrigatoriamente, pelo papel do ex-presidente Rafael Correa no decorrer do pleito. Sua imagem divide o país entre equatorianos que o amam e que o odeiam.
Entre os que fazem duras críticas ao chamado “correísmo”, estão os principais movimentos indígenas do país. Exilado na Bélgica, Correa foi capaz de catapultar a candidatura de Arauz e de levá-lo a uma confortável vantagem no primeiro turno. Isolado, seu grupo político não foi capaz de obter mais 18% dos votos para garantir a vitória no segundo turno.
A conexão inevitável com a realidade brasileira é evidente, mas cabe aqui o risco de ser óbvio: uma eleição, quando é decidida em dois turnos, se transforma numa disputa sobre quem é o mais rejeitado. Tal como o antipetismo de 2018, decisivo para a vitória de Jair Bolsonaro, o candidato de Correa, mesmo com as melhores propostas, não foi capaz de angariar a simpatia da maioria.
Se o bom exemplo da Argentina e de Cristina Kirchner não foi o bastante para conscientizar a esquerda brasileira, espera-se que o trágico desfecho da eleição do Equador finalmente traga alguma luz ao debate para 2022.
Por Fernando Damasceno, jornalista e mestrando em Relações Internacionais.
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