Bolsonarista vira réu por assédio – A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia do Ministério Público nesta terça-feira (05), tornando o vereador bolsonarista Gabriel Monteiro (PL) réu por importunação sexual e assédio sexual.
O ex-PM foi denunciado no dia 14 de junho em um processo que corre em segredo de justiça.
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O bolsonarista é alvo de inquérito aberto pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá (Deam-Jacarepaguá) desde o final de março deste ano.
“Após análise do conjunto probatório, o autor foi indiciado pelos crimes de importunação e assédio sexual”, afirmou ao site G1 a delegada Viviane Costa, titular da Deam-Jacarepaguá.
Assédio contra ex-assessora
A investigação apura possível crime de assédio sexual e de importunação sexual contra a ex-assessora do parlamentar, Luiza Caroline Bezerra Batista.
Na denúncia, a promotora Lenita Machado Tedesco afirma que a ex-assessora era constantemente obrigada a participar de vídeos modificados para conter ‘cunho sexual’ .
Caso se recusasse a participar das peças audiovisuais, era ameaçada de demissão.
“(…) Os roteiros de vídeos eram elaborados pela ofendida e por outros funcionários, porém o indigitado os distorcia e os transformava em roteiros de ‘cunho sexual’, ocasiões em que se aproveitava da situação para passar as mãos nos seios e nas nádegas da vítima”, narra um trecho do documento.
Reportagem do Fantástico
Os relatos de Luiza foram feitos em uma reportagem do Fantástico, exibida no fim de março, e citam beijos e abraços sem consentimento, cenas constrangedoras e carinhos “em todas as regiões do corpo”.
Luiza Batista foi assistente de produção de Gabriel Monteiro e registrou queixa na polícia.
“Ele me abraçava por trás, ‘te amo’, beijava o meu rosto, saía de pênis ereto. Cansou de passar a mão na minha bunda”, denunciou, na época.
A ex-assessora chegou a contar uma ocasião em que o assédio ocorreu dentro de um carro.
“Uma vez foi no carro, que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber”.
Após sete meses sendo constantemente assediada, acabou procurando um psiquiatra.
“Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Será que a culpa é minha de alguma forma? Aí eu começava a pedir a Deus para me levar”.
Defesa nega
A defesa do parlamentar afirmou em nota que a denúncia “foi realizada por ex-assessores que já confirmaram trabalhar para a máfia do reboque”.
“Na ocasião, outros funcionários estavam dentro do carro com a suposta vítima e desmentiram na delegacia sua versão de assédio”, emendou.
(Com informações de G1)
Foto: Divulgação/Câmara do Rio de Janeiro