Porchat desabafa – A jornalista Daniela Pinheiro, da coluna Tab do Uol, fez uma entrevista com o comediante Fábio Porchat em Portugal, onde o ator e roteirista realiza uma turnê de stand-up comedy.
Porchat desabafou que tem sido perseguido e atacado por não apoiar a candidatura nem de Jair Bolsonaro (PL) nem de Lula (PT) à presidência da Repúblicas nas eleições do fim do ano.
“Sempre achei o Bolsonaro uma escória, mas também sou muito crítico ao PT. Eu falo: ‘Gente, não podemos ficar cegos sobre a corrupção que houve, o mensalão, os tesoureiros do PT que foram presos’. E a resposta é sempre: ‘Ah, mas é tudo mentira da imprensa, o PT fez um monte de coisas boas, etc’.”
Fake news de blog petista e voto em Ciro
Recentemente, o blog lulista Brasil 247 publicou que Porchat estaria ‘sinalizando’ ao ex-juiz e ex-ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos),
“E foi logo quando eu já declarei meu voto no Ciro Gomes para parar com qualquer especulação.”
Um dos criadores do Porta dos Fundos, Porchat desligou-se de um grupo chamado ‘Coala’, a que os críticos se referiam como “grupo da esquerda festiva”- que tinha, até pouco tempo, integrantes como Felipe Neto, Paula Lavigne, Fernando Haddad, Fernanda Lima e Marcelo Adnet.
Além da chateação de ter o celular apitando dezenas de vezes por dia devido à alta postagem do grupo, ele sentia que as águas não estavam mais navegáveis para ele.
“Ali, se você fala uma coisinha um pouquinho diferente do resto, pumba! Já vem a bomba.”
Cancelamento
“Alguma hora, todos nós vamos ser cancelados”, disse o humorista.
Segundo ele, há um clima de dedo na cara do outro, uma avidez de acusação.
“Há 200 anos, as pessoas iam aos enforcamentos públicos com os filhos. O ser humano gosta de ver as pessoas queimando na fogueira, ver o outro se dar mal. A cultura do cancelamento também é isso: o exercício do pequeno poder de pequenas pessoas, que querem mostrar que podem acabar com a sua vida.”
Foto: Divulgação/Instagram