Férias de Bolsonaro – O Globo – As férias de fim de ano do presidente Jair Bolsonaro (PL) custaram quase R$ 900 mil aos cofres públicos. Bolsonaro passou sete dias em São Francisco do Sul (SC), período no qual andou de jet ski e visitou um parque de diversões, entre outras atividades. O presidente foi criticado por manter o passeio enquanto a Bahia foi atingida por fortes chuvas, que deixaram 25 mortos.
De acordo com a Secretaria-Geral, a viagem custou R$ 899.374,60. A informação foi apresentada atendendo a pedido feito via Lei de Acesso à Informação (LAI). O jornal O Globo solicitou os gastos discriminados por categoria, mas a pasta forneceu apenas o valor geral e disse que o número “está sujeito à alteração, caso ocorram atualizações”.
Bolsonaro chegou em São Francisco do Sul na tarde do dia 27 de dezembro. A previsão inicial era que o presidente só retornasse a Brasília no dia 4 de janeiro, mas ele foi para São Paulo na madrugada do 3 para ser internado, devido a uma obstrução intestinal.
Nesse período, Bolsonaro passeou de jet ski diversas vezes, visitou o parque Beto Carrero World, apostou na Mega-Sena e cortou o cabelo.
Ele estava acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de sua filha caçula, Laura, e de sua enteada, Letícia, entre outras pessoas. A comitiva total não foi divulgada.
No dia 5, após receber alta do hospital, o presidente afirmou que era “maldoso” dizer que ele estava de férias:
“(Sou) um presidente que não tem férias. É maldoso quem fala que estou de férias. Eu dou minhas fugidas de jet ski, dou uns cavalos de pau com carro no Beto Carrero.”
Um dia depois, no entanto, ele próprio admitiu que eram férias:
“Me programei para nove dias de férias, na verdade foram meia dúzia. Três foram no hospital”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Nova.
Bolsonaro gastou até o fim do ano passado R$ 29,6 milhões com cartões corporativos. O montante desembolsado é 18,8% maior do que os R$ 24,9 milhões consumidos ao longo dos quatro anos do mandato presidencial anterior, dividido por Dilma Rousseff (2015-2016) e Michel Temer (2016-2018). O presidente costuma justificar os gastos dos cartões com suas viagens.
Foto: Marcelo Camago/Agência Brasil