Passados cinco anos da Reforma Trabalhista, já é possível observar que todos os alertas sobre a precarização das condições de trabalho se tornaram realidade, e que a promessa de expansão do emprego não passava de uma desculpa para combater a resistência da sociedade ao que claramente seria um retrocesso. Para refletir sobre esses retrocessos e o futuro dos sindicatos no país, a Central dos Sindicatos Brasileiros promoverá um seminário com líderes políticos e sindicais no dia 22 de novembro.
Após abertura do presidente da CSB, Antonio Neto, o primeiro painel discutirá o cenário do país após o governo de Jair Bolsonaro, que chegou a extinguir o Ministério do Trabalho e se elegeu dizendo que as pessoas teriam que escolher entre ter direitos ou emprego.
Foi durante sua administração, por exemplo, que o Brasil atingiu índices recordes de informalidade e, em 2021, alcançou o menor número de negociações coletivas desde 2010.
A raiz e a saída para os desafios enfrentados pelos sindicatos serão o foco do segundo painel, que abordará como a mudança no modelo de financiamento das entidades com a Reforma Trabalhista de 2017 levou a uma queda abrupta na arrecadação, com graves consequências não apenas para sindicatos e seus filiados, mas para categorias profissionais inteiras.
Conforme dados do Ministério da Economia, a receita dos sindicatos de trabalhadores em 2021 foi 99% menor do que em 2017, obrigando as entidades a seguir suas atividades em defesa dos trabalhadores com apenas 1% do orçamento pré-reforma. Já em 2018, logo após alteração da lei, a redução foi de 90,75%.
Diante disso, o objetivo do painel é discutir caminhos e estratégias para que o movimento sindical recupere o protagonismo e possa expandir o seu papel essencial não apenas junto aos trabalhadores, mas na luta por justiça social.
Após a exposição, dirigentes e sindicatos filiados da CSB promoverão ao final um debate sobre os próximos passos da central e o planejamento das atividades para o ano que vem.