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Governador de Roraima defende garimpo e ataca indígenas: ‘Parecendo bicho’

Governador de Roraima defende garimpo – Governador de Roraima, Antonio Denarium (PP) saiu em defesa dos garimpeiros e negou que os registros que mostram crianças e adultos desnutridos, reflitam a real situação dos povos da região.

As declarações foram dadas ao jornal Folha de S. Paulo e ocorrem durante o auge da crise humanitária enfrentada por indígenas yanomamis no estado.

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“A Cufa [Central Única das Favelas] está entregando cestas de alimentos aqui. Você vê nas filas, nos vídeos que eles publicam, não tem nenhum desnutrido. Todo mundo bem arrumadinho, tudo certinho. O problema é localizado, não é generalizado”, afirma Denarium.

As imagens e registros da situação no estado, porém, desmentem o governador.

Denarium é notório aliado de garimpeiros e defende a atividade na região. Alega que não é ela a causadora do problema, já que, segundo ele, há indígenas desnutridos em regiões onde não existe garimpo. Especialistas, porém, dizem o contrário.

Culpa da mídia

O governador ainda minimizou o papel do aliado Jair Bolsonaro (PL) no caos registrado na região.

O bolsonarista argumentou que a mídia estaria ‘criando um fato’ para prejudicar o ex-presidente.

Segundo ele, a situação existe há mais de 20 anos e não foi causada por Bolsonaro.

Porém, dados de diversas instituições mostram que o caso se agravou significativamente nos últimos anos.

‘Parecendo bicho’

Denarium aproveitou para contrarioar especialistas ao alegar que a situação sanitária e humanitária dos yanomamis poderia ser resolvida com a exploração de terras.

A prática, no entanto, é apontada como a principal causadora do problema.

“Imagine você desempregado, pobre, passando fome, doente. Dentro da sua casa tem um quadro do Picasso que vale 1 bilhão de dólares. O que você faria? Venderia. Aí pega o dinheiro e melhora sua qualidade de vida. Igual aos indígenas americanos”, defende.

O governador foi além e ainda sugeriu que os indígenas abram mão da sua cultura e modo de vida tradicional para saírem da crise.

“Tenho 260 escolas em comunidades indígenas. Eles querem ser advogados, professores, médicos. Eu acho correto. Eles têm que se aculturar, não podem mais ficar no meio da mata, parecendo bicho”, diz.

(Com informações de Carta Capital)
(Foto: Montagem/Reprodução)

Por Redação

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