Governadora de Pernambuco pode deixar PSDB – Em busca de uma aproximação com o presidente Lula (PT), Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco avalia mudar de partido e se filiar ao PSD, sigla que controla três ministérios do governo.
Caso a mudança se confirme, isso representaria uma aliança de todos os governadores do Nordeste em apoio ao governo Lula, feito incomum nas gestões anteriores do PT. A governadora já teria dado sinais de afastamento da cúpula do PSDB.
Fortaleza anuncia pagamento do piso da enfermagem em setembro; entenda
Na última semana, Raquel Lyra costurou o embarque do PSD em sua gestão estadual. A articulação foi feita com o ministro da Pesca, André de Paula – presidente da sigla em Pernambuco. O PSD ocupa também as pastas da Agricultura e a de Minas e Energia.
Ex-deputado, André de Paula foi candidato ao Senado pelo PSD em Pernambuco nas eleições de 2022. Emissários de Lyra e Paula dizem que uma filiação da governadora não está pautada no momento, mas a entrada do PSD no governo de Pernambuco é tida como primeiro passo para este movimento.
Filha do ministro, Cacau de Paula ocupava a secretaria de Turismo na gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), aliado de Lula. Agora, assumiu a mesma área do governo Lyra. O ministro da Pesca participou da posse da filha na pasta e disse ao jornal O Globo que “passa a haver um caminho” para a eventual filiação de Lyra ao PSD”.
“Estar em um partido de oposição, considerando o quão Lula é querido no Nordeste, é um fator a ser considerado. Ela ir para o PSD pode ser conveniente, do ponto de vista político, para os dois lados”, afirmou.
Nordeste
Dos nove estados da região Nordeste, somente Pernambuco elegeu para o Executivo estadual um nome que não era alinhado a Lula, nas eleições do ano passado. A possível ida de Lyra para o PSD ensaia um alinhamento do Nordeste à gestão petista só foi registrado no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2014.
Na época, Dilma foi reeleita, mas a a aliança sofreu uma baixa em 2016, quando o então governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, seguiu a posição do seu partido – curiosamente, o mesmo PSD – e passou a apoiar o impeachment da presidente, que foi derrubada na sequência.
Lyra faltou a uma reunião em Brasília organizada pelo presidente nacional do PSDB e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na última quinta-feira (24). A governadora estava na capital federal na mesma semana, mas retornou ao estado na véspera da reunião com Leite, alegando compromissos.
Desgaste
A reunião marcou um “relançamento” do programa partidário do PSDB, que busca marcar posição de oposição ao governo Lula. Eduardo Leite tenta emplacar um projeto presidencial para 2026 que seja um contraponto ao PT e também ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Interlocutores de Lyra contam que a relação com Leite é boa e que a governadora, apesar da ausência no evento, gravou um vídeo para ser exibido na reunião. No entanto, entre aliados da governadora, há uma avaliação de que é importante evitar desgastes com o governo federal e que a postura de Leite nem sempre colabora com isto.
A defesa do governador do RS ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que comparou estados do Nordeste a “vaquinhas que produzem pouco”, não foi recebida por aliados de Lyra, Na ocasião, o tucano sugeriu que Zema havia se expressado mal, mas não criticou o discurso do colega.
(Com informações de O Globo)
(Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução)