Governo teme rebelião no Congresso – Cerca de 45 dias após o novo Congresso Nacional iniciar os trabalhos desta legislatura, o governo Lula (PT) avalia como organizar e garantir uma base para aprovar projetos que serão cruciais para o bom andamento do mandato.
Por enquanto, fontes do Palácio do Planalto ouvidas pela CNN Brasil afirmam que hoje a base aliada é desorganizada e tem vários pontos de “rebelião”, ou seja, não há coesão nem entre parlamentares de partidos alinhados ou próximos do governo.
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Um embate pequeno, mas que pode servir de exemplo, é o caso em que aliados de Lula acusaram a Câmara de barrar o acesso do governo à lista de parlamentares que assinaram o documento que pede a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos atos de 8 de janeiro.
O governo é contra a instalação da comissão e, por isso, seus operadores políticos ligados ao Ministério da Casa Civil e de Relações Institucionais têm pedido às lideranças partidárias o acesso aos nomes dos parlamentares que assinaram a lista, desconfiando que aliados possam estar na listagem.
Eleito presidente da Câmara com apoio do PT e outros partidos de centro-esquerda, Arthur Lira (PP-AL) disse que não tem como saber quem assinou. “Eu não tenho acesso aos nomes”, afirmou à CNN.
Para o governo, até mesmo o próprio Lira tem tido dificuldades em organizar seus pares, já que ainda não conseguiu fechar todos os acordos para instalar as comissões da casa. Ele foi reeleito com apoio de quase 90% dos parlamentares.
Ampliar a base
Outro problema para o Executivo é que, até agora, não houve qualquer votação importante para testar qual o real tamanho de sua base. Acredita-se que há um núcleo duro que precisará ser ampliado até mesmo para votações que pedem maioria simples.
O bloco formado por PT, PC do B e PV, que seria o “núcleo duro”, tem 81 deputados, enquanto aprovar um projeto com maioria simples exige metade dos votos dos parlamentares que participarem da votação.
Se todos os 513 deputados estiverem presentes, a maioria simples é 257, mais que o triplo de parlamentares no bloco governista.
A estratégia para ampliar essa base é atrair deputados considerados pragmáticos, que integraram a base do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas não rejeitariam apoiar o atual governo a depender do projeto.
Desta forma, bolsonaristas radicais ficariam isolados e liderariam uma oposição esvaziada.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo governo e seus aliados para a ampliação da base é a pulverização das lideranças no Congresso, obrigando que se negocie com mais de um integrante de um mesmo partido.
Além disso, o Congresso ganhou mais poder sobre o Orçamento desde 2015, tirando uma ferramenta de barganha que o Executivo tinha sobre o Legislativo.
(Com informações de CNN Brasil)
(Foto: Montagem/Reprodução)