Grupo de pastores golpistas – Uma pastora missionária foi presa em Santa Catarina por suspeita de envolvimento em esquema que vitimou ao menos 50 mil pessoas no Brasil e no exterior. Segundo investigadores, Maria Aparecida Gomes Barbosa, de 63 anos, integrava a quadrilha que enganavam fiéis com promessas de ganhos que alcançavam até um ‘octilhão’ de reais.
A religiosa foi detida na casa da filha em Jaraguá do Sul, no Norte do estado, na última quarta-feira (20). A defesa da idosa afirma que ela é vítima e questiona a prisão, mas a Polícia Civil afirma que Maria atuou como uma espécie de administradora do esquema e teria relação próxima com o pastor Osório José Lopes Júnior, suspeito de liderar o grupo.
Na quinta-feira (21), o delegado Marco Aurélio Sepúlveda informou que a mulher é apontada por captar investimentos e vítimas para o esquema.
Vídeo: Jovens atropelam e matam idoso nos EUA ‘por diversão’
“Ela assumiu uma função de administradora. Era como se fosse uma ‘mula da fraude’, em um termo bem grosseiro. Ela seria responsável por coordenar os grupos sociais, angariar as vítimas e ajudar os líderes a captar mais investimentos”, disse.
Investigações apontam que o grupo era composto por pastores que induziam fiéis que frequentavam suas igrejas a pensar que eram “abençoados a receberem grandes quantias”. Os criminosos usavam uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara” e prometiam lucro de até um “octilhão” de reais.
Segundo a polícia, o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas fantasmas e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas.
“Até o momento, conforme se extrai da decisão que decretou a prisão preventiva da indigitada, não há nos autos provas e/ou informações concretas que justifiquem a segregação cautelar da Sra. Maria, uma vez que, todas as provas elencadas pela defesa até o momento demonstram que a mesma é mais uma vítima do suposto Pastor Osorio e não uma criminosa, como quer fazer crer as mídias sociais”, diz nota assinada pelos advogados Mateus Ghizi da Silva e Daniel Luis Dauer.
O esquema
A Polícia Civil de Santa Catarina foi acionada na quarta-feira (20) para prestar apoio operacional após os investigadores do Distrito Federal receberem a informação de que a mulher estaria na casa da filha. Os agentes catarinenses fizeram a prisão da suspeita. Inicialmente, o mandado deveria ser cumprido no Distrito Federal.
A operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
A Polícia Civil do Distrito Federal afirma que os suspeitos usavam redes sociais para cometer os golpes. O objetivo era convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.
A investigação aponta que o grupo é composto por 200 integrantes, incluindo dezenas de pastores. A investigação aponta que os investigados prometiam retorno “imediato e rentabilidade estratosférica”.
“Foi detectada, por exemplo, a promessa de que somente com um depósito de R$25 as pessoas poderiam receber de volta nas “operações” o valor de Um Octilhão de Reais, ou mesmo “investir” R$2 mil para ganhar 350 bilhões de centilhões de euros”, apontam os investigadores.
Em seguida, ainda segundo as investigações, os suspeitos criavam pessoas jurídicas fantasmas para simular instituições financeiras digitais com alto capital social declarado. A intenção era dar aparência de veracidade e legalidade às operações financeiras.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas assinavam contratos falsos, com promessas de liberação de quantias desses investimentos, que estariam registrados no Banco Central e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
(Com informações de G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)