Categorias
Política

Hitler, Mussolini, foto com Bolsonaro e armas: o que a CPI achou no celular de ex-chefe da PRF

Celular de ex-chefe da PRF – Na mira da CPI dos Atos Golpistas, o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques tinha no celular – apreendido pela Polícia Federal (PF) – fotos dos ditadores Adolf Hitler e Benito Mussolini, registros ao lado da família Bolsonaro e imagens que mostram seu culto pelas armas.

Além disso, áudios com xingamentos e cobranças sobre os bloqueios em rodovias federais promovidos pela PRF no dia do segundo turno das últimas eleições foram encontrados. As informações são de Malu Gaspar em O Globo.

Justiça reconhece vínculo de emprego entre Rappi e entregadores

De acordo com fontes da CPI, o material extraído do celular pode ter sido recebido de terceiros por Silvinei. Não há nos documentos obtidos pela colunista mensagens enviadas por ele, o que levou a CPI a deduzir que o ex-chefe da PRF tinha o costume de apagar os próprios arquivos, já com medo de que poderia ser alvo de quebra de sigilo, como de fato acabou sendo.

A CPI se reúne nesta terça-feira (17) para a leitura do relatório de cerca de 900 páginas da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado por pelo menos quatro crimes, afirma a jornalista.

Em agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão preventiva de Silvinei a pedido da PF, que alegou haver o risco de ele comprometer o aprofundamento de investigações e interferir em depoimentos sobre o uso da corporação contra eleitores de Lula. O ex-chefe da PRF continua preso.

No entanto, a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático do ex-chefe da PRF pela CPI foi suspensa por outro ministro do STF, Kassio Nunes Marques – indicação de Bolsonaro -, o que na prática impede que as informações sejam utilizadas no relatório final da comissão.

A decisão atendeu a um pedido do próprio Silvinei, homem de confiança de Bolsonaro que comandou a PRF de abril de 2021 até dezembro do ano passado.

Hitler e Goebbels

Entre as dezenas de imagens guardadas no celular de Silvinei estão uma fotografia de Adolf Hitler com o então ministro da propaganda do regime nazista, Joseph Goebbels, além de outra imagem, do corpo de Mussolini pendurado pelos pés em um posto de gasolina.

O ex-chefe da PRF também salvou imagens ao lado do então presidente e de Michelle Bolsonaro durante as comemorações do Bicentenário da Independência, em Brasília, no ano passado.

O evento é alvo de três ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que apuram o desvio de finalidade da parada militar transformada em palanque da campanha à reeleição de Bolsonaro.

O apreço por armas também é escancarado nas imagens em que Silvinei posa segurando uma bazuca ou uma foto do escudo da PRF feito com munição.

Em outra imagem, um print de tela de celular, de 30 de outubro, dia do segundo turno, traz a mensagem do TSE de que “quem impede a população de votar comete crime eleitoral” e que a denúncia de qualquer irregularidade pode ser feita pelo aplicativo Pardal, da Justiça Eleitoral.

Bloqueios no 2º turno

Os bloqueios da PRF nas rodovias, aliás, irritaram interlocutores de Silvinei, que mandaram áudios com repúdio à postura da corporação.

“Vasques, Vasques…sabemos que tem o dedinho seu a mando do Bostonaro…. pra fazer isso, né? Para ordenar os agentes da PRF ficar barrando, fingir blitz para segurar os nordestinos e impedi-los de chegar ao seus locais de votação. O Lula ganhando, vamos pedir sua exoneração. Positivo?”, diz um homem não identificado.

Outro áudio, de uma mulher, é ainda mais enfático.

“Olha, tu deixa o povo votar, seu pau no c…. Desgraçado. Tu quer roubar igual teu presidente. Vai arder no inferno. Satanás já está te esperando lá, desgraçado. Deus está vendo o que você está fazendo.”, diz a indignada mulher.

Integrantes da CPI suspeitam que Silvinei mantinha esses áudios com xingamentos e ofensas para poder retaliar, caso Bolsonaro conseguisse se manter no poder.

Questionada a respeito dos áudios, a defesa de Silvinei enviou uma nota em que diz desconhecer a existência de áudios e fotos no celular.

“Ocorre que a participação de grupos de WhatsApp pode ensejar a baixa automática para a biblioteca”, escreveu o advogado Eduardo Pedro Nostrani Simão.

Sobre as fotos de Hitler e Mussolini, o advogado afirmou que Silvinei “nunca manifestou nenhum tipo de preconceito e discriminação. O que os advogados perceberam é que ele possui amigos brancos, negros e pardos”.

(Com informações de Malu Gaspar em O Globo)
(Foto: Reprodução)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

Aponte sua câmera

ou

Chave: brindependentetube@gmail.com

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidadesx

Assine nossa Newsletter!

Cadastre-se agora e receba nossas novidades

Sair da versão mobile