Trabalho escravo – O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) investiga se uma idosa de 73 anos foi mantida em situação análoga à escravidão em um hotel na cidade de Garibaldi, no Rio Grande do Sul.
A mulher estava desaparecida desde 1979 e foi encontrada em um quarto sem janelas e sem banheiro próximo, no subsolo da hospedaria.
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Funcionários disseram à polícia que a idosa trabalhou no local entre os anos 1990 e 2000 e desde então morava lá. Segundo o advogado do hotel, Flavio Green Koff, “não tinha o que fazer” com ela.
“Ela se tornou parte integrante da família, e o tempo foi passando, foi passando e não tinha o que fazer com essa senhora. Vamos jogar na rua? O que fazer? Não tinha uma solução.”
Ele alega que a mulher “tinha uma vida normal” e “andava onde queria”.
“Ela tinha o seu quarto, não era cinco estrelas, evidentemente, não tinha banheiro no quarto, não era uma suíte, mas o banheiro dela ficava a 20 passos mais ou menos do quarto dela, em área coberta, não tinha problema nenhum”, afirmou.
No entanto, foi aberta uma investigação para descobrir se a idosa era vítima de maus-tratos. Segundo a polícia, o quarto não tinha iluminação natural e o banheiro não era próximo, ao contrário do que diz o advogado.
“As condições de higiene no local eram precárias, roupas de cama e colchão muito sujos. Ela fazia as necessidades em um balde”, contou o delegado Marcelo Ferrugem.
O caso
Apesar de não ser vista pela família desde 1979, o desaparecimento da mulher só foi registrado em 2021 após uma sobrinha ficar sabendo de uma campanha de identificação de desaparecidos.
A Polícia Civil chegou ao local após denúncias e descobriu as condições precárias que levaram à abertura da investigação.
Baseado na investigação policial, o MTE apurará se houve maus-tratos, além de trabalho análogo à escravidão.
A idosa já foi buscada pela família, que vive em Cachoeirinha, a 117 km de Garibaldi, e apresenta sinais de comprometimento cognitivo.
De acordo com o advogado da família, a senhora está muito abalada e passará por atendimento médico, psicológico e dental.
(Com informações de G1)
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)