Ato contra Stefanini – O Sindicato de Tecnologia da Informação de São Paulo (Sindpd) retomou, nesta terça-feira (13), um conjunto de ações para pressionar o Grupo Stefanini, alvo de inúmeras denúncias, entre elas, o não pagamento de Participação em Lucros e Resultados (PLR) aos seus trabalhadores.
A ação – a primeira de várias intervenções agendadas para os próximos dias – desta terça ocorreu em frente à sede da empresa, na região de Pinheiros, capital paulista.
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O Comitê de Operações Especiais (C.O.E) da entidade usou de bom-humor ao levar o ‘Jacaré da Stefanini’ para a ação, em alusão à campanha para que o PLR seja estendido a todos os funcionários.
O sindicato obteve provas de que enquanto nega PLR a seus trabalhadores, a empresa paga o benefício a gestores – o que ela nega, mesmo diante de holerites recebidos e divulgados pelo Sindpd.
“Tem rabo de jacaré, boca de jacaré, corpo de jacaré, como é que não é jacaré?”, provoca a entidade sindical.
Vitória na justiça
O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15) condenou a Stefanini ao pagamento de indenização a todos os seus funcionários por não ter implementado o programa de PLR por cinco anos (2014-2018), em ação do próprio Sindpd.
A empresa terá que desembolsar um mínimo de R$ 3 milhões para distribuir entre os funcionários – o valor se refere somente à multa por descumprimento da Convenção Coletiva, para então ser aberta uma nova mesa de negociação.
Atualmente, tramitam da Justiça outras duas ações contra a empresa: uma pede que o grupo seja multado pelo não pagamento de PLR de 2019 a 2022, enquanto a outra requer que a empresa seja obrigada a pagar a todo o seu quadro de funcionários os mesmos 2 salários de PLR que pagou a gestores e gerentes durante o mesmo período (19-22).
O Comitê de Negociação do Sindpd se reuniu duas vezes com os representantes do grupo com o intuito de buscar uma solução negociada para os inúmeros problemas na empresa quanto aos recorrentes descumprimentos da Convenção Coletiva da categoria, sem sucesso.
“Um dos pontos que mais evidenciam essa situação é a negociação da PLR, onde a empresa desembolsou 2 salários – durante cinco anos – para gestores e oferece R$ 300,00 para os demais funcionários da empresa, com condicionantes praticamente impossíveis de serem alcançados”, aponta o sindicato.
Práticas antissindicais e ‘burnout’
O Sindpd denuncia que são inúmeras as práticas antissindicais efetuadas pela direção da empresa, em ataque frontal à organização sindical e à soberania e independência das decisões assembleares da categoria, a exemplo da pressão de alguns gestores para os trabalhadores saírem de grupos de comunicação do próprio sindicato.
Nesta terça, trabalhadores da Stefanini foram receptivos à ação, conversaram com os sindicalistas e relataram um enorme aumento de casos de ‘burnout’ entre os funcionários, que trabalham sob imensa pressão.
Mais ações devem ocorrer nos próximos dias, tanto na sede da empresa quanto na filial localizada em Santana.
Entre as reivindicações dos trabalhadores, além do pagamento de PLR, estão:
- Pagamento do banco de horas;
- Jornada 12×36;
- Escala de revezamento;
- Pagamento de adicional de periculosidade;
- Combate ao assédio moral interno;
- Pagamento de auxílio home office.
(Por Thiago Manga)
(Foto: Divulgação)