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Jean Wyllys chuta o balde e detona “gado petista”; entenda

Jean Wyllys chuta o balde – Após chamar Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), de “mau-caráter” durante uma entrevista na última quinta-feira (07), o ex-deputado Jean Wyllys (PT) foi alvo de uma chuva de comentários negativos de petistas e apoiadores de Lula nas redes sociais.

Durante a entrevista, Wyllys disse que foi sabotado por Pimenta em relação a sua entrada oficial no governo. O ex-BBB não lidou bem com as críticas recebidas e ‘chutou o pau da barraca’ neste domingo (10), chamando os críticos de “hater-gado-petista”.

“Descobri algo tão ruim quanto o antipetismo da direita e da extrema-direita na mídia neoliberal e no X (ex-Twitter): o hater-gado-petista que não aceita qualquer crítica ou revelação de fato ruim em relação a membros do governo Lula ou ao próprio Lula, e sai atacando e difamando a pessoa exatamente como fazia o hater-gado-bolsonarista com os críticos do governo Bolsonaro. Qual será o próximo passo? Ameaçar de morte? Olhou muito tempo para o abismo e este o olhou de volta! Cruzes!”, escreveu Wyllys.

Uma professora – que autointitula como “terrivelmente lulista” – questionou o ex-deputado, afirmando que “chamar alguém de ‘mau-caráter’ é difamação”.

“Mas chamar alguém de “mau caráter” é difamação, Jean. Sem falar que roupa suja se lava em casa. Ou será que o objetivo era esse mesmo, ser “atacado” por aqueles que amigos de esquerda – menos inteligentes que você -, chamam de “gado petista”?”, indagou a internauta.

“🌶 no 🕳 é refresco. Tentar destruir um companheiro de partido usando a imprensa neoliberal antipetista para preservar acordos com um escroque como Eduardo Leite não é a melhor forma de desfazer um convite de Lula. Esses dois pesos, duas medidas em sua avaliação tem nome, e e eu sei qual é: HOMOFOBIA SOCIAL! Mas comigo tão essa, nunca teve. Sempre apontei e vou apontar mau-caratismo onde quer que ele se manifeste, seja no golpe contra Dilma, seja na sabotagem contra mim. Eu sou assim! Se não gostar, problema de quem não gosta, tipo Bolsonaro, escroques de extrema-direita e agora vocês.”, disparou o petista, em resposta.

Entenda

Em entrevista ao podcast Bee40tona, o ex-parlamentar afirmou que o Lula o chamou para uma reunião com Pimenta e teria afirmado que o governo “não estaria bem com a comunicação digital”, dando “ordem” para que Wyllys fosse trabalhar na Secom.

Para o ex-BBB, Pimenta teria ficado preocupado com a volta dele ao Brasil e a possível ida para a Secom, embora Wyllys já tivesse avisado que não “gostaria de estar na linha de frente” da pasta após os episódios que teve de ameaças de morte, desejando fazer um trabalho “na retaguarda”.

O ex-deputado acredita que foi amplamente criticado na imprensa após um ataque considerado “homofóbico” ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), por conta de uma “orientação” da Secom para que os veículos de mídia adotassem esse posicionamento contra ele.

Jean argumentou que a imprensa tomou partido do caso já que Pimenta chefia a pasta responsável pela distribuição de verbas de publicidade do governo à imprensa.

“Era evidente que havia orientação da Secom para isso [me criticar], de dizer e parecer que eu era tóxico e radioativo para o governo porque eu critiquei o Eduardo Leite.”

Ataque a Leite

A confusão entre Jean Wyllys e Eduardo Leite ocorreu em julho. Na ocasião, o ex-deputado e o governador discutiram pelas redes sociais por conta de uma polêmica envolvendo as escolas cívico-militares, modelo educacional encerrado pelo governo Lula e mantido pelo governador do RS.

Na época, Wyllys chamou Leite de “gay com homofobia internalizada”, ao que o governador gaúcho acionou o Ministério Público contra o ex-parlamentar.

“Ele [Pimenta] se sentiu ameaçado e fez um processo de sabotagem em relação à minha ida para o governo. Ele utilizou o tuíte que eu fiz sobre Eduardo Leite para isso. (…) Paulo Pimenta fez esse trabalho de defenestração da minha imagem, de uma maneira sórdida. Eu vou dizer isso para você, digo sem medo agora, Paulo Pimenta é um mau-caráter. Essa é a verdade.”, disse o petista.

“Se para estar no governo, eu preciso me silenciar, não posso criticar o Eduardo Leite, não posso apontar os equívocos do próprio Lula, eu prefiro não estar. Eu não sou esse”, completou.

Ele ainda comentou que não poderia se submeter a “silenciamentos”, mesmo que fosse do governo Lula, e afirmou que “há males que vêm para o bem”.

“Eu acho que na cabeça do Paulo Pimenta, não sei, ele achava que eu queria um cargo. Eu não quero um cargo. Eu posso viver fora do governo. Eu tenho um trabalho, sou jornalista, escritor, artista visual, tenho uma coluna, não é o cargo. Eu queria dar um trabalho para o governo porque eu acredito nesse governo e acredito na democracia, sobretudo.”, apontou.

O jornalista afirmou que continuará defendendo o governo Lula e a agenda que acredita.

“Paulo Pimenta, mau-caráter, acabou me fazendo um serviço, um favor. Lula e a primeira-dama tem toda a minha admiração, meu trabalho. Quando eles quiserem, eu estarei lá, de graça, para ajudar no que for preciso, mas eu não preciso estar no governo, muito menos na Secom, que está muito ruim”, disparou Jean Wyllys.

A reportagem do UOL tentou contato com a Secom e com Pimenta, que afirmou que não irá se posicionar sobre o caso.

(Com informações de UOL)
(Foto: Montagem/Reprodução)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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