Jogador citado em esquema de apostas – Um dos jogadores citados na Operação Penalidade Máxima II, Fernando Neto, atualmente no São Bernardo, alega que foi coagido e que teria fingido aceitar o esquema com medo de ameaças que sofreu.
A operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO) investiga a participação de atletas em apostas durante partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. As informação são da ESPN.
As investigações têm causado afastamentos de atletas em vários times do futebol nacional. Nesta quarta-feira (10), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) negou os boatos sobre a possibilidade de paralisação do atual campeonato brasileiro.
Neto teria supostamente participado do esquema quando defendia o Operário-PR e na época, aceitou uma oferta de R$ 500 mil para ser expulso em uma partida contra o Sport, válida pela Série B.
O atleta embolsou R$ 40 mil como adiamento, mas não recebeu o cartão e ficou sem o restante do valor. A participação de Fernando Neto é investigada pelo MP, que possui prints de conversas do volante com apostadores envolvidos no esquema.
Segundo apurou a ESPN, o jogador se reuniu com diretores do São Bernardo, na segunda-feira antes dos treinamentos, e tentou se defender, dizendo que devolveu os R$ 40 mil ganhos como sinal. O volante apresentou ao advogado do clube o comprovante bancário da transferência como prova.
O jogador alega que após a devolução do dinheiro, passou a receber ameaças que incluem até foto da fachada de sua casa, onde vive com sua família.
Nesta quarta-feira (10), ele foi afastado por tempo indeterminado, assim como tem acontecido com outros jogadores pelo Brasil.
Nas últimas horas, nomes como o zagueiro Eduardo Bauermann (Santos), o volante Richard (Cruzeiro) e o zagueiro Victor Mendes (Fluminense) foram afastados por seus respectivos clubes por terem os nomes ligados à investigação.
No entanto, nem todos os atletas foram denunciados ainda, como é o caso de Fernando Neto.
O atleta também aparece no processo como elo entre apostadores e Bauermann, oferecendo supostamente R$ 60 mil ao zagueiro do Santos para receber um cartão amarelo em uma partida do Brasileirão de 2022.
Veja abaixo quais são os jogos que estão sob investigação na Série A:
- Palmeiras x Juventude
- Juventude x Fortaleza
- Goiás x Juventude
- Ceará x Cuiabá
- Red Bull Bragantino x América-MG
- Santos x Avaí
- Botafogo x Santos
- Palmeiras x Cuiabá
Quais jogadores estão sendo investigados?
- Eduardo Bauermann (Santos)
- Gabriel Tota (Ypiranga-RS)
- Victor Ramos (Chapecoense)
- Igor Cariús (Sport)
- Paulo Miranda (Náutico)
- Fernando Neto (São Bernardo)
- Matheus Gomes (Sergipe)
Quais jogadores também foram citados no processo?
- Vitor Mendes (Fluminense)
- Richard (Cruzeiro)
- Nino Paraíba (América-MG)
- Dadá Belmonte (América-MG)
- Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)
- Moraes Jr. (Juventude)
- Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
- Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)
- Nathan (Grêmio)
- Pedrinho (Athletico-PR)
Apostadores e membros da organização
- Bruno Lopez de Moura
- Ícaro Fernando Calixto dos Santos
- Luís Felipe Rodrigues de Castro
- Victor Yamasaki Fernandes
- Zildo Peixoto Neto
- Thiago Chambó Andrade
- Romário Hugo dos Santos
- William de Oliveira Souza
- Pedro Gama dos Santos Júnior
Operação “Penalidade Máxima”
A investigação aponta que grupos criminosos convenciam jogadores – com propostas que iam até R$ 100 mil – a realizarem lances específicos em partidas, visando o lucro de apostadores em sites de apostas.
Um jogador cooptado, por exemplo, teria a “função” de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida – normalmente uma derrota de sua equipe.
As primeiras denúncias surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.
Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. No entanto, Romário não foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.
A história chegou até o presidente do time goiano, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar. O dirigente buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado.
No primeiro momento, a suspeita era de que houve manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema era de âmbito nacional.
Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
(Com informações de ESPN)
(Foto: Reprodução)