Jovem Pan afasta Augusto Nunes e Ana Paula – O jornalista Augusto Nunes revelou nesta terça-feira (25) que foi afastado do programa “Pingos nos I’s”, da Jovem Pan.
O afastamento seria até a próxima segunda-feira (31).
Em seu perfil no Twitter, ele disse ter descumprido a ordem da emissora para não utilizar expressões consideradas ofensivas ao ex-presidente Lula (PT) nos programas da casa.
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“Autorizado pelo vídeo em que o TSE negou a existência de censura da Jovem Pan, reafirmei no programa de ontem 4 expressões proibidas: ladrão, ex-presidiário, descondenado e amigo de ditadores“, escreveu.
A comentarista política Ana Paula Henkel também disse que não participará do programa até 31 de outubro.
Hoje, pressionado pelo TSE e por Lula, a direção de Jornalismo da Jovem Pan dispensou-me dos Pingos até segunda que vem. Continuarei dizendo o que penso na Oeste.
— Augusto Nunes (@augustosnunes) October 25, 2022
Termos proibidos
A Jovem Pan proibiu os seguintes termos em referência a Lula:
Ex-presidiário;
Descondenado;
Ladrão;
Corrupto;
Chefe de organização criminosa.
A JP também vetou que qualquer associação entre o petista e o crime organizado seja feita.
O departamento jurídico da emissora também orientou os profissionais a não criticar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Em cumprimento a decisão judicial que nos impõe restrições, como é de amplo conhecimento, a Jovem Pan alterou provisoriamente a bancada do programa“, disse a emissora, em nota.
Entenda
Corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o ministro Benedito Gonçalves abriu uma investigação contra o grupo de comunicação no dia 15 de outubro para apurar suposto tratamento privilegiado à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) na cobertura das eleições.
A decisão atendeu a pedido da campanha de Lula.
Na denúncia, a campanha do petista declarou que a Jovem Pan é uma “concessionária de serviços públicos” que se beneficia “de valores expressivos advindos do governo federal” e que estaria promovendo “diariamente a candidatura de Jair Bolsonaro e a narrativa bolsonarista, principalmente relacionada à denominada ‘guerra cultural’, impulsionando-a para milhões de telespectadores diuturnamente”.
“(Ataca) de forma vil, com o amplo uso de fake news, candidatos adversários, em especial o ex-presidente Lula, quebrando a isonomia da disputa”, diz a ação.
O ministro considerou que há elementos suficientes para indicar o uso indevido de meios de comunicação e apurar a conduta do grupo.
“É possível constatar da leitura dos trechos e do acesso aos vídeos que, em um efeito cíclico, os comentaristas da Jovem Pan não apenas persistem na divulgação de afirmações falsas sobre fatos (coisa que difere da legítima opinião que possam ter sobre a realidade), como somente se mostram capazes de ‘explicar’ as decisões a partir de novas e fantasiosas especulações, trazidas sem qualquer prova, de que haveria uma atuação judicial favorável um dos candidatos”, diz Gonçalves em sua decisão.
O magistrado declarou que a emissora, “em programas de grande audiência”, está reverberando falas de Bolsonaro “sem significativo contraponto” –algo que “constitui indício de tratamento privilegiado a candidato, prática vedada às emissoras de rádio e televisão a partir do término das convenções”.
(Com informações de Poder360)
(Foto: Montagem/Reprodução)