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Com juros subindo, Itália decide taxar lucro de bancos em 40%; saiba

Itália decide taxar lucro de bancos – O governo da Itália decidiu criar um imposto de 40% sobre “lucros extraordinários ” dos bancos privados do país.

Espanha e Hungria já adotaram tributos similares sobre os ganhos de instituições financeiras e há a expectativa de que outros governos sigam a mesma estratégia.

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O argumento é de que a alta na taxa de juros praticada na Europa aumentou de forma atípica os ganhos das instituições financeiras. O Banco Central Europeu tem subido a taxa básica de juros nos países do euro desde meados do ano passado para tentar conter a escalada da inflação.

Porém, os bancos locais italianos não repassaram aos poupadores – que depositam os recursos nas instituições financeiras em troca de uma remuneração paga em juros – o ganho maior com a alta nas taxas do euro.

Por isso, agora, haverá a cobrança de um imposto extra sobre este lucro adicional das instituições financeiras. O imposto poderia trazer mais de 2 bilhões de euros para os cofres do Estado, de acordo com a Ansa newswire.

A Itália anunciou a “retirada de 40% dos lucros extras de vários bilhões de euros dos bancos” para 2023, que deverá financiar cortes de impostos e apoiar hipotecas para proprietários de primeira viagem.

“A medida da Itália é um dos muitos sinais de que as empresas estão sendo responsabilizadas por todas as considerações de suas atividades comerciais e pelo impacto que elas têm sobre as comunidades”, disse Stephanie Niven, gerente de portfólio da empresa de investimentos Ninety One, com sede em Londres.

“Os bancos tiveram um ano forte até o momento, dado o aumento das margens de juros líquidas decorrente de taxas mais altas, portanto, é hora de uma consolidação saudável”, disse Leonardo Pellandini, estrategista de ações do Bank Julius Baer.

O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni busca encontrar recursos para financiar programas de apoio às famílias italianas para lidarem com uma alta no custo de vida e com um aumento nos juros dos financiamentos habitacionais.

Onda contra lucros abusivos de bancos

O governo espanhol também anunciou , em 2022, que cobraria um imposto extra dos bancos à medida que as taxas de juros subiam, com o objetivo de arrecadar € 3 bilhões ao longo de dois anos.

O imposto será aplicado em 2023 e 2024 e faz parte de uma série de medidas implementadas pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez para financiar políticas que visam mitigar o impacto da inflação. O país pretende impor uma taxa de 4,8% sobre a receita dos bancos proveniente de juros e comissões.

No Reino Unido, os bancos têm enfrentado acusações de “lucro excessivo”, já que o aumento das taxas de juros aumenta suas margens de empréstimos num ritmo maior do que essas instituições elevam a remuneração dos depósitos feitos pelos poupadores.

Diante disso, alguns políticos de oposição estão levantando a ideia de mais impostos extraordinários em meio a uma crise contínua de custo de vida.

Alguns países bálticos também estão considerando medidas para aumentar os impostos sobre os bancos comerciais após o aumento das taxas de juros que impulsionaram os lucros. Legisladores lituanos aprovaram em maio, por exemplo, um imposto extraordinário temporário sobre os bancos para financiar os gastos com defesa.

A Estônia planeja aumentar o nível do imposto sobre os bancos para 18%, saindo de 14%, como parte de uma série de medidas fiscais para reduzir o déficit orçamentário, e a Letônia pode seguir o exemplo.

Depois de um longo período em que manteve seus juros básicos em zero, a União Europeia começou a elevar a taxa em julho de 2022 e, hoje, o patamar é de 4,25% ao ano.

O objetivo foi coibir a alta da inflação provocada principalmente pelos efeitos da reabertura da economia após a pandemia da Covid e pela Guerra na Ucrânia. No Reino Unido, a taxa básica de juros que era de 1,25% ao ano em junho de 2022 hoje é de 5,25% ao ano.

No Brasil, mesmo com uma taxa básica de juros de 13,25% ao ano – o maior juro real do planeta -, os bancos privados brasileiros não pagam nenhum centavo de impostos sobre seus lucros, que atingem bilhões de reais todo trimestre e seguem batendo recordes.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

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