O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou uma ação contra o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, movida pela Ministério Público Federal por improbidade administrativa por suas manifestações políticas durante o processo eleitoral.
A decisão foi tomada pelo juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal. O MPF havia pedido também o afastamento do diretor por 90 dias, mas foi negado porque o juiz quer ouvi-lo antes.
Silvinei entrou de férias um dia após o MPF mover a ação contra ele e deve ser ouvido apenas quando retornar ao trabalho. No entanto, o Ministério Público deve recorrer e pedir um prazo menor para o réu se manifestar, segundo apuração da GloboNews.
A ação
No entendimento dos procuradores, Silvinei fez uso indevido do cargo e pediu irregularmente votos para Jair Bolsonaro em declarações públicas enquanto diretor do órgão público federal.
“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam (…) verdadeira propaganda político-partidária”, diz o documento.
O MPF argumenta também que as atitudes do diretor-geral contribuíram para o clima de revolta dentre os apoiadores do atual presidente desde o segundo turno.
“Não é possível […] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, alegam os procuradores.
Investigações
O chefe da PRF é investigado também em outros dois casos
Um deles é pelas blitze nas estradas no dia do segundo turno das eleições, mesmo após determinação judicial proibir operações naquele dia. Agentes pararam ônibus que transportavam eleitores alegando que precisavam fiscalizar questões técnicas, como as condições dos pneus.
O outro é pela conduta diante de bloqueios ilegais de rodovias após a derrota de Bolsonaro. Para o MPF, há indícios de que a corporação se omitiu de desobstruir as estradas por motivação política, com situações em que os agentes até mesmo ajudaram os manifestantes antidemocráticos.
Com informações de: G1
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