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Justiça condena Loggi e vê vínculo de emprego com entregador; saiba

Justiça condena Loggi – A 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) reconheceu o vínculo de emprego e rescisão contratual imotivada entre a empresa de logística Loggi e um entregador.

O trabalhador desempenhou suas atividades realizando frete de objetos durante pouco mais de três anos, até ser definitivamente bloqueado pela plataforma.

Justiça reconhece vínculo de emprego entre Rappi e entregadores

Segundo os autos, o homem teve que obter inscrição de microempresário individual (MEI) para atuar na função, mas exercia todas as funções sob direção da empresa, sendo acionado para entregas de acordo com a localização geográfica.

Além disso, atuava com um baú com o logotipo da Loggi, embora tenha tido que pagar R$ 270 pelo instrumento de trabalho.

O acórdão considerou que havia na prestação de serviços a pessoalidade, já que o entregador não poderia se fazer substituir por pessoa diversa do cadastro; a habitualidade, pois o labor ocorria de segunda-feira a sábado; onerosidade, por haver remuneração; e subordinação, considerando o monitoramento constante do trabalhador por sistema de geolocalização e o modo totalmente conduzido pela companhia.

“Presentes os requisitos, impera o reconhecimento da relação de emprego”, concluiu a desembargadora-relatora Maria Isabel Cueva Moraes.

Adicional de periculosidade

O acórdão confirmou, ainda, a existência de trabalho em circunstâncias de risco à integridade física do profissional, condenando também a empresa ao pagamento do adicional de periculosidade de 30%, com reflexos em outras parcelas salariais.

O Sindicato dos Motoboys de São Paulo (SindimotoSP) comemorou a decisão, reiterando que denunciou as práticas da empresa ao Ministério Público do Trabalho (MPT), autor da ação contra a Loggi.

A entidade sindical afirma que a Loggi), assim como outras empresas de aplicativos, desrespeitam as convenções coletivas do sindicato, que determinam direitos trabalhistas dos trabalhadores e obrigações para empresas.

“(Essas empresas) promovem precarização e verdadeiro regime de escravidão aos motociclistas.”, diz o SindimotoSP em publicação no Blog do Gil.

Procurada, a Loggi ainda não se manifestou, mas tem garantido o espaço para um eventual posicionamento oficial da empresa.

(Processo nº: 1000712-73.2021.5.02.0060)

(Com informações de TRT da 2ª Região – São Paulo)
(Foto: Foto: Reprodução/Loggi)

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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