Estação Paulo Freire – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu a decisão do Metrô que alterava o nome da estação Paulo Freire para Fernão Dias. A decisão atende a um recurso apresentado pela deputada Ediane Maria (PSOL).

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Sob a gestão do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), o nome de um dos maiores educadores do mundo, “patrono da educação brasileira”, tinha sido trocado pelo bandeirante conhecido como “caçador de esmeraldas”.

A futura estação da Linha 2-Verde do Metrô faz parte da expansão do serviço na Zona Leste da capital.

A alteração do nome da futura estação tinha sido anunciada em março, supostamente com base em uma pesquisa que ouviu 321 pessoas.

Na decisão, uma desembargadora da 2ª Câmara de Direito Público do TJ-SP afirmou que a metodologia da pesquisa era falha e que além da localização da estação ser na Avenida Educador Paulo Freire, o nome homenageado reforça a ideia do papel integrador da educação na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

“Importante também porque a gente consegue fazer na sociedade um debate sobre quem é Paulo Freire. Para que São Paulo não fique homenageando pessoas que torturaram vidas inteiras, higienistas, escravocratas. Que os revolucionários ganhem praças, nomes de metrô, para que exista um debate sobre consciência mesmo”, defende a deputada autora do recurso.

Histórico

O nome do educador constava na lista como homenageado desde 2013, quando a desapropriação de terrenos para a expansão da linha foi anunciada pela então gestão estadual.

A obra dessa estação ainda não começou e depende de outras desapropriações para o início dos trabalhos. Ela será construída na Avenida Educador Paulo Freire, em local próximo à Rodovia Fernão Dias.

Atualmente, a linha liga a estação Vila Madalena, na Zona Oeste, até a estação Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo.

O projeto de extensão prevê a ligação da Vila Prudente até Guarulhos, na Região Metropolitana, e na primeira etapa, vai até a Penha, com estimativa de entrega para 2026.

Na época, a empresa controlada pelo governo paulista afirmou que a escolha definitiva dos nomes de futuras estações é feita por estudos e pesquisa de opinião com moradores das regiões próximas.

Mas não esclareceu em que período a pesquisa foi feita, nem respondeu desde quando essa consulta é realizada e quais outras estações estão em processo de validação do nome.

“Para a estação Fernão Dias, o processo – pesquisa de toponímia e pesquisa de opinião – foi concluído em 2022 e esse nome obteve a maior quantidade de respostas na pesquisa de opinião (57%), em relação aos outros dois nomes possíveis: Paulo Freire (29%) e Parque Novo Mundo (14%)”, respondeu o Metrô em nota.

Na ocasião, o Metrô também alegou que o nome Paulo Freire “era apenas provisório” para a criação de referências nos projetos até a confirmação pelas pesquisas.

(Com informações de G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)