Lucio Maluf – A forma como foi elaborado e está sendo defendido o tal Arcabouço do Teto de Gastos e do Superávit é um não-desenvolvimento e até mesmo um não-crescimento anunciado.
Ao privilegiar o contracionista Teto de Gastos do Superávit visando atender o mercado financeirista, incluindo a dívida e seu serviço, promove o arrocho dos investimentos e, em consequência, a contração do consumo, da produção e do conhecimento.
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O país precisa de taxas de crescimento continuadas em torno de 4 a 5 %, no mínimo, para reduzir as perdas acumuladas e iniciar uma trajetória de crescimento razoavelmente sustentada, dependendo ainda da qualidade do endividamento, dos programas e dos recursos alocados para investimentos.
Por fim, cabe ressaltar e acentuar que o sistema financeirista e seus aliados atuam nesse jogo com 2 Ases e 1 Coringa, ou seja, a dupla de Ases Banco Central (Taxa de Juros) e o Arcabouço do Teto de Gastos e do Superávit, auxiliados pelo ‘Coringa’ Congresso Nacional, que formaliza legalmente o conjunto de interesses e determinações do mercado financeirista e aliados.
Nessas condições, o governo perde o controle e a capacidade de gestão de instrumentos fundamentais para formular a política econômica e, em consequência, projetar e fomentar um processo de desenvolvimento integrado e minimamente longevo.
Por Lúcio Maluf, sociólogo, secretário de organização do PDT de São Paulo e membro da Direção Nacional do PDT
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