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Lucro da Petrobras em 2022 é o maior da história entre empresas brasileiras

Lucro da Petrobras em 2022 – A Petrobras encerrou o ano de 2022 com o maior lucro anual da história das empresas brasileiras, impulsionada pela escalada das cotações internacionais do petróleo.  

O resultado financeiro foi de R$ 188,3 bilhões, um aumento de 76,6% em relação ao resultado de 2021, que já havia sido o maior já divulgado pela estatal. 

O lucro divulgado pela companhia nesta quarta-feira (1º) superou os R$ 129,1 bilhões anunciados pela Vale em 2021, até então o maior já registrado por uma empresa brasileira, segundo dados de Einar Rivero, da TradeMap. 

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Com o lucro recorde, a companhia deveria distribuir mais R$ 35,8 bilhões em dividendos. No entanto, a nova gestão propôs a retenção de R$ 6,5 bilhões em uma reserva estatutária, que será submetida à aprovação dos acionistas em assembleia.  

A elevada distribuição de dividendos pela empresa, que se tornou a segunda maior pagadora do mundo em 2022 e a primeira no terceiro trimestre do ano passado, vem sendo alvo de críticas do governo e seus aliados. 

Bilhões a acionistas

Mesmo com a proposta de retenção, a Petrobras terá distribuído mais de R$ 200 bilhões em dividendos pelo resultado do ano. 

A Petrobras fechou o ano com uma dívida bruta de US$ 53,8 bilhões, uma queda de 8,4%.  

De acordo com a empresa, o desempenho se deve principalmente à alta do preço do petróleo, às maiores margens na venda de combustíveis, ao melhor resultado financeiro e aos ganhos com acordos de coparticipação em campos do pré-sal, que resultaram em ressarcimentos por investimentos já realizados. 

Em 2022, a estatal vendeu petróleo ao preço médio de US$ 101,19 por barril, uma alta de 43,1% em relação ao ano anterior. O preço médio de sua cesta de combustíveis bateu novo recorde, a R$ 632,2 por barril, um aumento de 51,9% em relação a 2021. 

Intervenção

A escalada dos preços dos combustíveis levou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a intervir na estatal, com a troca de dois presidentes durante o ano, e no mercado em geral, com a desoneração de impostos federais e a imposição de um teto para o ICMS – imposto regulado pelos estados – sobre os combustíveis. 

Nesta quarta, a cobrança de impostos sobre gasolina e etanol foi retomada em alíquotas menores do que as anteriores.  

Além disso, o governo decidiu também taxar as exportações de petróleo por quatro meses, o que terá impacto nos resultados da Petrobras pelos próximos trimestres.  

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as empresas de petróleo têm lucros “exorbitantes” e que a solução é de transição. 

Além da Petrobras, outras petroleiras globais, como a Shell e a BP, anunciaram lucros recordes em 2022, impulsionadas pela reação do mercado às sanções impostas à Rússia após o início da Guerra na Ucrânia.  

De acordo com a TradeMap, o lucro anual da Petrobras é o terceiro maior entre as petroleiras globais com ações em bolsa de valores que já divulgaram seus balanços, ficando atrás apenas da ExxonMobil e da Shell. 

Mudança de estratégia

Durante o ano, a Petrobras registrou uma receita de R$ 641,2 bilhões, um aumento de 41,7% em relação ao ano anterior.  

O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa, cresceu 45,1%, para R$ 340,5 bilhões. No quarto trimestre, a empresa apresentou um lucro de R$ 43,3 bilhões, uma alta de 37,6% em relação ao mesmo período de 2021. 

A proposta de retenção de parte dos dividendos é um exemplo da mudança de estratégia da estatal, que deve ampliar investimentos e retomar segmentos que foram abandonados pelas gestões Temer e Bolsonaro. 

Caso a retenção não seja aprovada pelos acionistas, a Petrobras distribuirá R$ 215,8 bilhões pelo resultado de 2022, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). 

De acordo com o diretor técnico do Ineep, Mahatma dos Santos, este valor reafirma a “estratégia da empresa de seguir transferindo valor gerado a seus acionistas, em detrimento de uma política de investimentos de longo prazo.” 

No relatório que apresenta o balanço, o diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Araújo, expressou seu “orgulho e um forte sentimento de dever cumprido” pelo resultado. Araújo foi indicado ainda durante o governo Jair Bolsonaro e será substituído pela nova gestão.  

Ele atribuiu o lucro recorde a uma “longa trajetória de superação de enormes desafios, gestão eficiente, escolhas estratégicas consistentes que se mostraram acertadas e foco na geração de valor”. 

(Com informações de Folha de S. Paulo)
(Foto: Reprodução)

Por Redação

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