Em seus discursos para a militância, o ex-presidente Lula (PT) tem criticado banqueiros e o mercado financeiro, dizendo que só querem saber do teto de gastos. Lula, no entanto, tem se reunido secretamente com representantes das instituições financeiras que critica publicamente, conforme conta o jornalista Valdo Cruz em sua coluna no G1.

A informação foi confirmada a ele por aliados do pré-candidato à presidência na chapa com Geraldo Alckmin (PSB). Segundos os relatos, as falas aos militantes fazem parte de uma estratégia de campanha, mas tem irritado os investidores com quem Lula vem se encontrando para discutir o cenário econômico brasileiro.

As palavras aparentemente duras do ex-presidente podem causar um desconforto, mas não chegam a queimar pontes com o mercado financeiro. É isso que revela o colunista Alvaro Gribel em O Globo. Ele relata que conversou com economistas-chefes de bancos, gestores de fundos e consultores sobre a corrida eleitoral deste ano e constatou que, embora haja divisão entre a preferência por Lula ou Bolsonaro, o petista é o nome mais bem cotado pelos estrangeiros.

Sobre as críticas feitas por Lula ao setor, os investidores consultados avaliam que elas “estão direcionadas ao eleitor histórico do PT, mas que esse não será o caminho adotado pela política econômica”. A preocupação maior deles é evitar que um nome desenvolvimentista seja indicado ao Ministério da Economia, mas José Dirceu já garantiu a um dos interlocutores do colunista que este não seria o caso.

Segundo o relato, o nome mais cotado para a pasta atualmente seria o do ex-governador do Piauí Wellington Dias. “Ser um ex-governador é um bom sinal, porque ele já terá a experiência de gestão e saberá na prática os limites fiscais”, disse um dos entrevistados.

O colunista conta também que o mais ouviu dos 10 investidores com quem falou é que, com Lula, o país gastaria um pouco mais na área social, mas sem dar fim às âncoras fiscais. Eles acreditam ainda que a agenda de privatizações continuaria, principalmente no setor de infraestrutura, mas de forma mais “envergonhada”

Com informações de: G1 e O Globo

Foto: Ricardo Stuckert

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