Independência do BC – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a independência do Banco Central pode ser revista, mas que a pauta é “irrelevante” para ele.
De qualquer forma, qual mudança seria discutida apenas após o término do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em dezembro de 2024.
“Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse em entrevista à RedeTV.
Motivo de preocupação para “o mercado” (a favor da independência) e para a base de esquerda de Lula (contra a independência), o presidente afirmou que, para ele, a questão “irrelevante”, mas quer encontrar uma solução para a alta taxa de juro básico, que é arbitrada pelo BC.
“Eu acho que pode [haver mudança na independência], mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, isso não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juro”, disse.
Brasil campeão do juro alto
O Brasil tem a taxa de juros real (no qual se desconta a inflação da taxa de juros básica) mais alta do mundo, de 7,96%, com uma taxa de juros básica de 13,75% e inflação acumulada em 2022 de 5,79%.
Isso coloca o país à frente da Rússia, que em meio à guerra registrou 11,9% de inflação e tem taxa de juros básica de 7,5%, e da Turquia, que tem inflação de 64,27% acumulada no ano e juros básicos de 9%.
Lula tem feito críticas à independência do BC devido à taxa de juros, mas já afirmou em outras ocasiões que não pretende reverter a mudança aprovada durante o governo Bolsonaro.
Para o presidente, o Banco Central independente não tem atuação melhor do que quando seu comando era trocado por um novo governo, e a autoridade monetária já tinha autonomia antes.
(com informações de: Folha de S.Paulo)
(fotos: reprodução)