Salário de servidores federais – O presidente Lula (PT) assinou uma Medida Provisória (MP) que autoriza o reajuste salarial dos servidores públicos do Executivo federal durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta sexta-feira (28) com ministros e representantes da categoria.
A correção de 9% a partir da folha de 1º de maio foi aprovada no fim de março pelos servidores, mas precisava da aprovação de um projeto de lei pelo Congresso – o que foi feito na quarta-feira (26) – e desta MP para entrar em vigor.
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A mudança atinge 1,1 milhão de pessoas, que receberão o reajuste a partir de 1º de junho. Este número inclui 520 mil servidores ativos, 13,6 mil empregados públicos, 450 mil aposentados e 167 mil pensionistas.
O custo será de 9,83 bilhões para 2023 e R$ 14,13 bilhões para os próximos anos. Além do reajuste nos salários, os servidores receberão mais R$ 200 de vale-alimentação, passando de R$ 458 para R$ 658.
Este é o primeiro acordo para reajuste entre governo e servidores desde 2016.
“Eu quero que vocês saibam que enquanto eu estiver no governo, até o dia 31 de dezembro de 2026, o funcionário público brasileiro será tratado com respeito, com decência e com dignidade”, afirmou Lula na solenidade.
As negociações para o reajuste foram feitas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, sob a direção da ministra Esther Dweck e o secretário de Gestão de Pessoas, Sérgio Mendonça.
“A Esther é uma mulher de muita qualidade. Ela já trabalha conosco há muito tempo. Mas essa façanha, de junto com o Sérgio, de fazer esse acordo, eu não acreditava que fosse possível. Ela os convencer e vocês a convencerem de que era possível ter um acordo unânime no setor público. E o que aconteceu foi apenas uma demonstração que conversar nunca faz mal. Dialogar, convergir, divergir, sempre ajuda a chegar em um denominador comum”, afirmou o presidente.
Servidores não são “parasitas”, diz ministra
Esther Dweck destacou que o acordo é uma demonstração de que a atual gestão não tratará os servidores como “parasitas”, em referência a falas discriminatórias do ex-ministro da Economia Paulo Guedes sobre a categoria.
“A valorização dos servidores é essencial para o processo de reconstrução do estado e dos serviços públicos, com foco principalmente no combate às grandes desigualdades existentes em nosso país”, falou.
Outro passo na direção da valorização dos servidores, lembrou a ministra, está mesa de negociação para regulamentação da Convenção 151 da OIT, que trata dos direitos de sindicalização na administração pública, como mais uma forma de fortalecer e proteger a categoria.
“Ela [a Convenção 151] trata da negociação coletiva, pois com isso queremos deixar um legado que proteja os servidores mesmo diante de governos que não tenham a sensibilidade e preocupação do presidente Lula”, afirmou.
O reajuste de 9% não repõe as perdas inflacionárias dos últimos anos, porém foi aceita pela categoria tendo em vista as limitações da lei orçamentária deste ano e sob a condição de que o governo se comprometesse a dar sequência a outras discussões consideradas vitais para os servidores, como é caso da regulamentação da 151, e um reajuste melhor a partir de 2024, tendo em vista que o orçamento do próximo ano ainda está sendo formulado.
Requisitos legais para o reajuste
Com relação aos requisitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2023, no que se refere às despesas de pessoal e encargos sociais para 2023, foi aprovado no Congresso Nacional, na última quarta-feira (26), o Projeto de Lei nº 2/2023, que alterou o Anexo V da LOA 2023.
Essa alteração possibilitou ajustar o valor autorizado para as despesas financeiras com reajuste dos servidores este ano, sem aumento de despesas. A proposta de reajuste não gerará efeitos retroativos, de acordo com o disposto na LDO 2023.
Para a concessão do aumento no auxílio alimentação, o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) realizou um remanejamento de despesa de pessoal para benefícios, sem que o valor total aumentasse. A alteração já foi realizada no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias da pasta.
(Foto: Adalberto Marques/MGI)
Vai ter golpe contra Lula?
Nesta terça-feira (25), o “BRI Sem Papas” debateu o escândalo do vazamentos das imagens que mostram agentes do GSI dentro do Palácio do Planalto durante a invasão golpista de 8 de janeiro.
Também flagrado dentro do prédio, o então ministro do GSI, general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo após reunião de emergência com o presidente Lula (PT).
Vai ter golpe contra Lula? Como será a CPI dos atos golpistas, agora apoiada pelo governo? Tudo isso e muito mais, você assiste no BRI Sem Papas desta terça.
“BRI Sem Papas”
O “BRI Sem Papas” é um programa opinativo do Brasil Independente, transmitido ao vivo, toda terça, às 20h, pelo canal do BRI no Youtube.
O programa é comandado pelo Diretor de Redação do BRI, Thiago Manga, tendo como companheiro e fiel escudeiro o jornalista e músico Renato Zaccaro.