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Moraes aplica multa milionária no Telegram; entenda imbróglio

Moraes aplica multa milionária no Telegram – Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes multou o Telegram em R$ 1,2 milhão, após a decisão da plataforma de não retirar do ar o canal do deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL-MG).

O magistrado havia determinado o bloqueio de uma série de contas de pessoas que incentivaram os golpistas de 8 de janeiro, medida que não foi integralmente cumprida.

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Em ofício, o aplicativo solicitou que Moraes reconsidere a decisão, a classificando como “censura”. Os advogados do aplicativo afirmam, no mesmo documento, que muitas ordens da Corte voltadas à remoção de conteúdo foram feitas com “fundamentação genérica” e de forma “desproporcional”.

Em resposta ao ofício, o ministro aplicou a multa.

“Ao não cumprir a determinação judicial, questiona, de forma direta, a autoridade da decisão judicial tomada no âmbito de inquérito penal, entendendo-se no direito de avaliar sua legalidade e a obrigatoriedade de cumprimento”.

Para Moraes, a atitude do Telegram constitui um “descumprimento doloso”, o que implica em uma “concordância com a continuidade do cometimento dos crimes em apuração”.

Além disso, o magistrado afirma que a “negativa ao atendimento da ordem judicial” significa uma “colaboração indireta para a continuidade da atividade criminosa, por meio de mecanismo fraudulento”.

“Como qualquer entidade privada que exerça sua atividade econômica no território nacional, a rede social Telegram deve respeitar e cumprir, de forma efetiva, comandos diretos emitidos pelo Poder Judiciário relativos a fatos ocorridos ou com seus efeitos perenes dentro do território nacional; cabendo-lhe, se entender necessário, demonstrar seu inconformismo mediante os recursos permitidos pela legislação brasileira”, diz o ministro.

Atos antidemocráticos

A manifestação ocorreu no inquérito que investiga atos antidemocráticos. Nela, o Telegram informa que cumpriu a determinação de Moraes em relação a três outros canais: dois deles vinculados ao apresentador Bruno Aiub, conhecido por Monark, e outro da influenciadora bolsonarista Paula Marisa.

Em relação ao perfil de Nikolas, no entanto, o aplicativo ressalta que Nikolas é deputado federal eleito e dono de um canal com 277 mil inscritos.

Segundo a empresa, não foi apresentada “qualquer fundamentação ou justificativa plausível, sem qualquer identificação dos conteúdos específicos que seriam tidos por ilícitos para o bloqueio integral de sua conta”.

De acordo com Moraes, porém, os bloqueios das contas de redes sociais determinados por ele “se fundam na necessidade de fazer cessar a continuidade da divulgação de manifestações criminosas, que, em concreto, materializam as infrações penais apuradas neste inquérito e, que continuam a ter seus efeitos ilícitos dentro do território nacional, inclusive pela utilização de subterfúgios permitidos pela rede social Telegram”.

Esta é a segunda vez que a plataforma é multada por Moraes.

Em março de 2022, quando o ministro suspendeu o funcionamento do Telegram no Brasil, foi aplicada uma sanção diária de R$ 100 mil.

(Com informações de O Globo)
(Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Por Redação

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