Ex-ministro do GSI – O ministro Alexandre de Moraes, relator no STF dos processos sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, determinou que a Polícia Federal (PF) ouça o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, sobre os vídeos que mostram sua presença no Palácio do Planalto no dia dos atos.
No fim desta quarta, o ex-ministro pediu demissão do cargo após reunião com o presidente Lula (PT), de quem era homem de confiança.
A respeito das imagens vazadas à CNN Brasil, o ministro determinou também que o chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, informe ao STF quem são todos os servidores – civis ou militares – que aparecem com os rostos desfocados nos vídeos divulgados.
O despacho de Moraes foi assinado ainda nesta quarta-feira (19), logo após o vazamento dos vídeos, e divulgado nesta quinta (20).
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, diz o ministro na decisão.
Gonçalves Dias pediu demissão do cargo horas após a divulgação das imagens, durante reunião de emergência com o presidente Lula e outros ministros. O número 2 da pasta, Ricardo José Nigri, também pediu para sair.
As informações de bastidores obtidas pela coluna Radar, da Veja, são de que Lula teria se irritado com a situação, pois já teria pedido para ver os vídeos das câmeras de segurança nos locais onde Dias aparece, mas teria sido informado pelo agora ex-ministro que as câmeras não tinham registrado os golpistas
Dias estava no cargo havia apenas 8 dias quando os atos aconteceram, e era um dos únicos nomes que já haviam sido substituídos pelo governo Lula. Quase todo o GSI naquele momento ainda era composto por nomes indicados pela general Augusto Heleno, chefe da pasta na gestão de Jair Bolsonaro.
Após os atos, praticamente toda a pasta foi renovada e centenas de pessoas – a maioria militares – sendo exoneradas de seus postos dias depois. À época, já havia ficado claro para o governo que o GSI havia falhado em cumprir sua função.
Antes mesmo da decisão de Moraes, Ricardo Cappelli já havia criticado a proteção da identidade das demais pessoas que aparecem no vídeo.
“Existem menores nas imagens? Por que rostos borrados? Quem vazou? Com qual interesse? O fascismo tenta confundir e dividir. Buscam fraudar a história. Unir nossa tropa e marcar pela democracia. Vamos reconstruir o Brasil”, escreveu o chefe interino do GSI em seu Twitter.
Secretário-executivo do Ministério da Justiça, Cappelli também assumiu temporariamente a Segurança Pública do Distrito Federal durante a intervenção federal na área, decretada por Lula devido aos atos de 8 de janeiro.
“Por determinação do presidente Lula, assumo interinamente o GSI com equilíbrio, firmeza e o compromisso de sempre com o Brasil”, comentou também em suas redes sociais.
(Com informações de G1 e Veja)
(Foto: Montagem/Reprodução)