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Moraes quebra sigilos de Bolsonaro e Michelle – Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A decisão é desta quinta-feira (17).
A decisão se dá no âmbito do inquérito sobre as joias – recebidas por Bolsonaro em eventos oficiais e portanto, propriedade do Estado brasileiro – vendidas no EUA.
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De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), presentes dessa natureza devem ser incorporados ao acervo da União, e não podem ser vendidos como itens pessoais.
O magistrado também autorizou o pedido de cooperação internacional feito pela Polícia Federal (PF) para solicitar aos Estados Unidos a quebra de sigilo bancário das contas dos investigados no caso das joias presenteadas pela Arábia Saudita na Flórida.
Investigações da PF apontam que joias e presentes entregues a Bolsonaro no exercício do mandato de presidente começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022.
O caso das joias
Na ocasião, a equipe de Mauro Cid solicitou ao Gabinete de Documentação Histórica a lista dos relógios recebidos de presente pela Presidência até aquele ponto do mandato do então presidente.
No dia 2 de junho, outro ajudante de ordens recebeu a lista de 37 itens com os dados dos fabricantes de cada um, como solicitado por Cid.
Quatro dias depois, Cid retirou do acervo um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.
No dia 8 de junho de 2022, Bolsonaro e Cid viajaram aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles. Mauro Cid levou, no voo oficial da FAB, o kit de joias, afirma a PF.
Os investigadores afirmaram que ele não voltou para o Brasil com a comitiva e que levou as joias para a casa do pai, Mauro Cesar Lourena Cid, que ocupava, desde 2019, um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), em Miami.
Já no dia 13 de junho, Mauro Cid viajou para a Pensilvânia para vender o relógio Rolex de ouro branco e outro relógio da marca Patek Philippe. A PF localizou um comprovante de depósito da loja no valor de US$ 68 mil nessa mesma data. Esse valor corresponde a R$ 332 mil.
Um relatório do Coaf – enviado à CPI dos Atos Golpistas – apontou transações financeiras consideradas atípicas nas contas de Lourena Cid. O relatório destaca que, de fevereiro de 2022 a maio de 2023, ele movimentou quase R$ 4 milhões – entre valores recebidos e enviados.
(Com informações de G1)
(Foto: Montagem/Reprodução)