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MPT prioriza denúncias de assédio eleitoral: “Visão escravocrata”

Denúncias de assédio eleitoral – Portaria publicada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta terça-feira (18) determina que denúncias de assédio eleitoral feitas por trabalhadores tenham prioridade de análise pelo órgão. (Leia a portaria clicando aqui)

O número de denúncias explodiu após o primeiro turno das eleições, fazendo com que as centrais sindicais lançassem, em conjunto, um site exclusivo para acolher os relatos dos trabalhadores assediados.

“Face às denúncias que estavam aparecendo para os sindicatos, criamos um site para que a gente possa levar isso ao Ministério Público. O MP (do Trabalho) publicou uma portaria que dá prioridade a essas denúncias para evitar o cerceamento da liberdade da democracia, a liberdade existente na democracia, de você ter a sua opção de voto.”, diz o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto.

Neto lembra que a prática não é nova, mas que nessas eleições, está ocorrendo de forma mais agressiva e explícita.

“Eles param a produção, chamam os trabalhadores e explicitamente dizem: ‘Olha, se ganhar o candidato tal eu vou fechar a empresa’. Isso é crime eleitoral passível de até quatro anos de cadeia.”, aponta.

O líder sindical lembra que o país está dividido em relação às eleições presidenciais e que o assédio aos trabalhadores precisa ser combatida, independente do candidato defendido pelo patrão infrator.

“Para qualquer candidato, não é só para dizer que é para o candidato do governo ou não, o atual presidente, pode ser de oposição também, porque pode haver dos dois lados. Se se sentirem prejudicados, por favor denunciem. É óbvio que o patrão não vai pedir voto para a oposição, mas se houver, também denuncie.”

‘Capitalismo burro’

Antonio Neto avalia que a prática tem relação a uma parcela do empresariado que ainda tem uma visão escravocrata da sociedade.

“Os mais atrasados vão tentar intimidar os trabalhadores para que sigam votando num candidato que está aí infelicitando o povo brasileiro, que está infelicitando as próprias empresas”.

Ele lembrou que parte dos patrões parecem ser esquecer da importância dos empregos e do consumos das famílias para que suas próprias empresas sejam prósperas.

“Eles querem remunerar mal seus trabalhadores, querem que os trabalhadores não tenham direitos, todas essas questões e esquecem que são parte do sistema capitalista que vive do consumo das famílias e o consumo das famílias pressupõe poder de compra, que se ninguém tiver poder de compra ninguém vai poder comprar, não podendo comprar, a empresa não vende, a indústria não produz e os insumos não são captados, ou seja, um capitalismo burro”

Por Thiago Manga

Thiago Manga é carioca, jornalista, assessor, já atuou em campanhas eleitorais. Atualmente é Diretor de Redação do Brasil Independente.

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