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Mulher é presa por internar a própria mãe à força em clínica psiquiátrica no RJ

Presa por internar a própria mãe à força – A Justiça decretou a prisão preventiva de uma mulher suspeita de ter mandado internar a própria mãe à força em uma clínica psiquiátrica em Petrópolis (RJ), sem a idosa apresentar qualquer sinal de doença. 

Patrícia de Paiva Reis e seu companheiro, Rafael Machado, foram presos em flagrante na sexta-feira (24), até que a justiça acatou de converter o pedido em preventiva. 

No sábado (25), a polícia interditou uma das clínicas para onde Maria Aparecida Paiva foi levada contra sua vontade no dia 6 de fevereiro, por solicitação da filha e do genro. 

“Estava saindo do banco e uma ambulância, na mesma calçada, me pegou e me jogou dentro da ambulância. O rapaz falou: ‘Nós vamos pra Petrópolis, porque lá é melhor’. [eu perguntei] Mas quem tá fazendo isso? [o rapaz respondeu] Sua família. Eu fiquei desesperada, gritando, gritando. Chegamos em Petrópolis, me botaram num quarto, trancado, sem janela, sem nada e eu fiquei lá três dias”, conta. 

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Segundo a polícia, o local está sendo investigado pelo crime de sequestro qualificado. Com a interdição, a Clínica Revitalis não pode receber novos pacientes e aqueles já em tratamento devem ser transferidos. 

O delegado responsável pelo caso, Felipe Santoro, disse que a suspeita é que o crime foi motivado por questões financeiras. Com a internação, o casal buscaria desqualificar a vítima para ficar com parte da pensão dela. 

Santoro contou ainda que a polícia vai apurar também a conduta dos médicos que atenderam Maria Aparecida. A médica eu assinou o laudo de internação atestou que Maria apresentava quadro depressivo grave e delírio, mas nada disso foi comprovado. 

“É inacreditável que a internação se deu sem que a vítima tenha sito atendida previamente por algum médico psiquiátrico”, afirmou Santoro. 

O que diz a clínica 

Em nota, a Clínica Revitalis informou que foi procurada por Patrícia para internação da mãe dizendo que ela tinha “histórico de depressão com episódios de confusão mental” e que Maria Aparecida vinha transferida de outra clínica. 

Porém, “Em 5 dias na clínica, com abordagem multidisciplinar da equipe, foi constatado que a paciente não mais apresentava indicação de internação”, diz a nota. 

Ainda segundo o comunicado, a mulher não resistiu ao tratamento em nenhum momento e a clínica não tem qualquer “ligação pessoal com familiares de pacientes sobre qualquer outro interesse que não seja a prestação de serviços assistenciais de saúde”. 

Vingança 

Em entrevista à TV Globo, Maria Aparecida contou que acredita que a filha tenha ficado com raiva porque ela denunciou que seus netos estavam sendo maltratados, além de envolver uma questão financeira. 

“Ela tem medo de perder a pensão do filho dela. Se essa denúncia [de maus-tratos] vai pro processo, ela perde, porque o pai está pedindo a guarda do filho”, disse. 

A idosa relatou também que, assim que foi internada, a filha já tratou de alugar o apartamento de onde foi retirada para o carnaval. 

“Isso é tão verdadeiro, envolvido no dinheiro, porque no dia que ela me botou na clínica, ela contratou duas faxineiras, limpou meu apartamento e já alugou o apartamento”. 

Outros crimes da filha 

Patrícia responde outros cinco processos, por calúnia, extorsão, estelionato e furto em veículos, entre 2019 e 2020. Dentre eles, ela é suspeita de fazer falsas acusações contra ex-namorados para enquadrá-los na Lei Maria da Penha. 

Além disso, Patrícia já havia tentar internar a mãe outra vez em 27 de janeiro, chamando o Samu. No entanto, a equipe não constatou qualquer problema com Maria Aparecida. 

No relatório de atendimento, os socorristas informaram que a idosa apresentava discurso coeso, linear e coerente, sem presença de delírios ou algo que sugerisse transtorno psiquiátrico de agressividade. 

Na ocasião, a vítima disse à equipe do Samu que tinha medo da presença da filha e que as duas tinham uma relação conturbada. 

O relatório diz ainda que os socorristas foram abordados por duas moradores e pelo porteiro do prédio, que contaram que a filha fazia ameaças à mãe e frequentemente acionava os bombeiros e a PM contra ela. 

(com informações de: G1)

(foto: reprodução)

Por Redação

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